Há um detalhe na Estátua da Liberdade em que provavelmente nunca reparou

William Warby / Flickr

Estátua da Liberdade

As correntes partidas em torno dos pés da Estátua da Liberdade simbolizam a celebração do fim da escravatura, um detalhe muitas vezes esquecido.

Quando pensa na Estátua da Liberdade, é provável que lhe venha à cabeça a sua tonalidade verde caraterística, a tocha que simboliza a iluminação e o diadema que coroa a sua cabeça. No entanto, há um detalhe importante que é frequentemente esquecido.

O famoso poema de Emma Lazarus, “The New Colossus”, afixado na estátua em 1903, ligou para sempre a Lady Liberty ao tema da imigração. Os versos do poema, “Give me your tired, your poor, / Your huddled masses yearning to breathe free” (Dêem-me os vossos cansados, os vossos pobres, / As vossas massas amontoadas que anseiam por respirar livremente), ressoam com a imagem da estátua como um farol de esperança e liberdade para os imigrantes que chegam à América.

No entanto, esta associação popular tende a eclipsar outro aspeto significativo da intenção original da estátua: a celebração da abolição da escravatura, que está representada pelas correntes partidas em tornos dos pés da Lady Liberty.

Édouard de Laboulaye, o primeiro a propor a oferta da estátua aos EUA por parte da França, pretendia assinalar não só os 100 anos da independência americana, mas também a recente abolição da escravatura, escreve o IFLScience.

O projetista da estátua, o escultor Frédéric-Auguste Bartholdi, imaginou inicialmente a Lady Liberty a segurar nas mãos as correntes partidas. No entanto, receando alguma controvérsia, optou por colocá-las nos seus pés.

Bartholdi fez outras escolhas deliberadas no desenho da estátua. Escolheu um diadema para a Senhora Liberdade, divergindo da representação tradicional de Libertas, a deusa romana da liberdade, que é frequentemente representada com um pileus – um chapéu dado aos escravos libertados na Roma Antiga. Esta escolha enfatiza ainda mais a ligação à emancipação e à liberdade.

A Estátua da Liberdade continua a ser um símbolo poderoso, mas a revisão dos seus elementos menos conhecidos pode enriquecer a nossa compreensão do seu significado.

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