O diretor de informação da RDP considera que, dado o atual orçamento da RTP, “é inevitável o cenário de despedimento coletivo”, de acordo com o comunicado do Conselho de Redação da rádio a que a Lusa teve hoje acesso.
Numa reunião a 11 de março, o Conselho de Redação (CR) da rádio questionou o diretor de informação, Fausto Coutinho, sobre o novo plano de saídas voluntárias que está em vigor, que adiantou que a adesão “está a ficar muito aquém do desejado”.
Perante esta resposta, o CR perguntou que se a empresa vai avançar para o despedimento coletivo.
O diretor de informação “afirmou desconhecer quais as opções da empresa, mas, na sua opinião, perante os constrangimentos financeiros que a empresa atravessa, o DI não vê outra saída“, referem os representantes dos jornalistas da rádio no comunicado.
“Com o atual orçamento da empresa, o DI disse ao CR/RDP que é inevitável o cenário de despedimento coletivo”, embora tenha defendido que a RDP “não tem margem para deixar sair mais trabalhadores”, recordando que esta “registou mais de 20 saídas nos últimos dois anos”.
O CR considerou que “a saída de profissionais da rádio deve ser evitada a todo o custo e que, neste momento, a redação já está a trabalhar no limite e com evidente necessidade de reforço”, manifestando-se contra a que a “lista de mobilidade da empresa possa vir a ser utilizada como instrumento para promover o despedimento de trabalhadores”.
Os representantes dos jornalistas da rádio manifestaram ainda preocupação ao diretor de informação por este CR “não ter sido convocado para participar nas audições parlamentares, ao contrário do que se passou com o CR do Serviço Público de Televisão”.
Este “esquecimento”, considerou o CR, “é um sinal exterior que reflete uma estratégia interna da empresa, que tem resultado na subalternização da Rádio face à Televisão”.
Fausto Coutinho “discordou da ideia de que a rádio esteja a ser desvalorizada no seio da empresa” e “contestou as declarações do presidente da ERC [Entidade Reguladora para a Comunicação Social], que, há menos de um mês, afirmou que a rádio está a ser vampirizada pela televisão“.
/Lusa