Desespero na Ucrânia por causa da demissão de Boris

EPA

Boris Johnson cumprimenta Volodymyr Zelenskyy

Primeiro-ministro do Reino Unido já liderava o país quando foram enviadas armas para a Ucrânia, ainda antes da invasão russa.

A demissão de Boris Johnson, confirmada na semana passada, era um anúncio aguardado há algum tempo no Reino Unido. Mas não era aguardado, nem desejado, na Ucrânia.

A confirmação da saída (ainda não concretizada) do primeiro-ministro do Reino Unido criou “desespero” em Kiev, escreve a CNN.

O Reino Unido apoia publicamente a Ucrânia desde 2014, quando a Crimeia foi anexada pela Rússia. Enviou militares para orientar e treinar os ucranianos, assinou um acordo de cooperação.

Já em 2022, mas ainda antes da invasão russa, foram enviadas armas para a Ucrânia, já sob a liderança de Boris – que esteve na capital da Ucrânia em Abril e em Junho; e que está proibido de entrar na Rússia.

Visto como um aliado especial em Kiev, teme-se que o grande apoio britânico a Kiev suavize a partir de Setembro, quando for anunciado o seu sucessor.

Volodymyr Zelenskyy ficou desapontado com a sua demissão: “Todos nós ouvimos esta notícia com tristeza. Não só eu, mas também toda a sociedade ucraniana”, assegurou o presidente da Ucrânia, quando telefonou ao primeiro-ministro do Reino Unido, cuja “liderança pessoal e carisma tornaram-no especial”.

Entre os ucranianos haverá uma admiração geral por Boris Johnson, devido à sua insistência, e até coragem, em discursos anti-guerra. Até haverá ruas na Ucrânia com o nome Boris Johnson.

“É um herói”, elogiou Mykhailo Podolyak, conselheiro de Zelenskyy.

Quando se demitiu, Boris viu uma ilustração do seu famoso cabelo aparecer no logotipo da Silpo, a principal cadeia de supermercados na Ucrânia.

Obviamente surge a questão: Boris Johnson “apostou” tanto na Ucrânia para desviar atenções? Para os seus compatriotas se esquecerem do partygate? Não há consenso.

Até agora, o Reino Unido foi o segundo país que enviou mais apoio militar à Ucrânia (só superado pelos Estados Unidos da América).

E, apesar da saída de Boris Johnson da função de primeiro-ministro, esse apoio não deve abrandar porque, aqui sim, há um consenso entre políticos e militares no Reino Unido.

O carisma não será o mesmo. O apoio militar, talvez.

ZAP //

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