Boris Johnson apresentou a demissão da liderança do Partido Conservador, mantendo-se como primeiro-ministro até ser encontrado novo líder.
Boris Johnson renunciou como líder conservador, possivelmente continuando como primeiro-ministro até ser encontrado sucessor. O Partido Conservador procurará um novo líder durante o verão e um novo primeiro-ministro será escolhido entretanto, avança a BBC.
“Boa tarde, obrigado. É claramente a vontade do grupo parlamentar conservativo que haja um novo líder e, por isso, um novo primeiro-ministro”, disse Boris Johnson num discurso à frente do n.º 10 de Downing Street.
“Concordo com Graham Brady que o processo para escolher um novo líder deve começar já”, acrescentou, salientando que permanecerá no Governo “até que um novo líder entre no cargo”.
Depois de agradecer à família pelo apoio, explicou que a razão pela qual lutou tanto nos últimos dias para continuar este mandato “não foi só porque queria”, mas porque sentia que era o seu trabalho, dever e obrigação.
“Quando o rebanho se move, move-se”, atirou, lamentando o facto de o partido estar “apenas uns pontos atrás nas sondagens”.
“Mesmo que as coisas fiquem negras agora, o nosso futuro juntos é dourado”, disse ainda o ainda líder conservador, assegurando que vai apoiar o seu sucessor.
O primeiro-ministro demissionário tomou a decisão esta manhã, depois de falar com Graham Brady, presidente do Comité 1922, que define as regras do partido Conservador.
O editor de Política do The Times escreve no Twitter que Boris disse a Brady que a sua demissão será a melhor opção para os interesses do país e do partido.
Boris Johnson spoke to Sir Graham Brady, head of 1922 committee, at 8.30am
He said he had reflected on their conversation and decided that it was in the interests of the party and the country to announce his departure
Timetable for his departure *yet to be agreed*
— Steven Swinford (@Steven_Swinford) July 7, 2022
George Freeman, ex-secretário de Estado da Ciência que saiu nesta vaga de demissões, escreveu no Twitter que agora que Boris tomou “a opção decente” tem de pedir desculpas à rainha e demitir-se imediatamente.
O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, também já reagiu, salientando que é uma “boa notícia para o país”.
“Ele nunca teve condições para exercer o cargo. É o responsável por mentiras, escândalo e fraude a escala industrial e todos os que foram cúmplices deviam estar completamente envergonhados”, lê-se no comunicado citado pelo The Guardian.
“Não precisamos de mudar a liderança dos tories — precisamos de uma mudança de governo a sério. Precisamos de um novo começo para o Reino Unido”, acrescentou Starmer.
Mais de 50 demissões no Governo
Rishi Sunak e Sajid Javid deram o mote para o que viria a seguir. Os então ministros das Finanças e da Saúde, respetivamente, apresentaram a demissão do Governo britânico devido à sucessiva acumulação de escândalos no seio do Governo e do Partido Conservador.
Desde o Partygate à acumulação de empregos dos deputados e suspeitas de abuso de influências, passando pelas recentes derrotas eleitorais nas eleições antecipadas.
A gota de água foi o recente caso com Chris Pincher, um deputado Conservador que terá apalpado e assediado sexualmente colegas de trabalho. Já desde 2017 que as acusações são públicas e depois de inicialmente negar ter conhecimento disso, Boris admitiu que promoveu Pincher quando sabia das queixas.
Entretanto, o número de demissões no Governo de Boris Johnson foi escalando, contando-se já mais de 50 saídas. A debandada não foi suficiente para o primeiro-ministro britânico apresentar a demissão na quarta-feira.
Num encontro na passada noite, uma delegação de ministros tentou persuadir Boris Johnson a demitir-se, o que foi rejeitado pelo primeiro-ministro, que disse querer ficar no cargo para se concentrar nas “questões extremamente importantes” que o país enfrenta, segundo uma fonte do executivo citada pela Sky News.
Apesar de tudo, a imprensa inglesa sugere que depois das reações geradas, o líder conservador decidiu apresentar a demissão.
Boris demitiu o ministro da Habitação, Michael Gove, um histórico do partido, que até era um aliado próximo. No entanto, Gove terá tentado persuadir o líder do Executivo a demitir-se — algo que terá sido visto como uma traição por Boris Johnson.
Fontes de Downing Street dizem que Gove foi demitido por “deslealdade” e referiram-se a ele como uma “cobra”.
Boris Johnson sobreviveu a uma moção de censura há cerca de um mês, mas há rumores de que possa voltar a ser testado. Na altura, o líder conservador reuniu 211 votos a favor e 148 contra.
Esta quarta-feira, Sajid Javid discursou no Parlamento, dizendo que com Boris Johnson será impossível para o partido recuperar tudo o que perdeu com os escândalos.
“Andar na corda bamba entre a lealdade e a integridade tornou-se impossível nos últimos meses. Não irei, nunca, arriscar perder a minha integridade”, atirou o ex-ministro. “Cheguei à conclusão de que o problema começa no topo e acredito que isso não vai mudar”.
O gabinete de Johnson anunciou que o primeiro-ministro tenciona nomear substitutos para os demissionários e o demitido. Boris Johnson disse existir suficiente “talento” na bancada parlamentar do Partido Conservador para substituir os membros do Governo demissionários.
À semelhança do primeiro-ministro inglês, quando é que o Costa pede a Demissão? Estamos todos à espera. É necessário purificar o ambiente político.
A Europa vai caindo sozinha e ainda bem. É um mal necessário para se reestruturar novamente e se limpar destas almas perdidas guiadas pela boémia e pela ganância. O Macron em França não se demitiu mas também tem os dias contados.
E Costa também não dura muito. Está a mostrar uma completa fadiga.
Nada como estes cobardes alucinados para entreter a malta!…
Contemporizou com o p. e lixou-se. De malta dessa quer-se é distância. Só servem para lixar a vida ao próximo.
Se tivesse em Portugal nunca teria saído!
Pois está claro. Até porque os nossos deputados e governantes não têm onde cair mortos. No dia em que perdem o tacho político lá se vai a única fonte de rendimentos. A dependência é total. E por esse mesmo motivo é que nunca em Portugal seriam os deputados e membros do próprio governo a depor o PM do próprio partido. Em Inglaterra foram os próprios conservadores a acabar com o PM do próprio partido.
Tivesse?
Enfim…
E se estivesse? Será que chegaria a mais de 40 demissões dos seus para ser forçado a sair??