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“Deserto de granito”. Autarquia de Vila Real abate 57 árvores e revolta a população

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A Câmara Municipal de Vila Real abateu 57 árvores na avenida Carvalho Araújo, a principal avenida da cidade, deixando a população revoltada. As intervenções arrancaram no início desta semana.

A autarquia explicou à TSF que está a levar a cabo uma ação que servirá, no futuro, para serem plantadas 76 árvores naquela zona. As alterações em causa têm em vista os valores do futuro”, acrescentando, dando conta que a imagem de “Vila Real mudará radicalmente”.

Ao jornal Público, a câmara explicou que esta era a única forma de a empreitada, no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU), avançar. “Ou se requalificava a praça ou não se cortavam as árvores e ficava tudo na mesma”.

O município diz ainda que as alterações e o consequente abate desta meia centena de árvores faz parte da revolução urbanística que está em curso para preparar a cidade para o século XXI, acrescentando ainda que a intervenção já estava planeada há muito tempo e que foi explicada a população.

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Vila Real, o socialista Rui Santos, disse que se trata de uma “obra emblemática”, que vai “melhorar a mobilidade” e o “usufruto por parte da população daquele espaço nobre e que é a sala de visitas de Vila Real”.

Os habitantes locais, por sua vez, mostram-se descontentes e revoltados com a intervenção, havendo também quem tenha dúvidas quanto ao projeto. “Estão a transformar isto num deserto de granito”. “Está mal feito. Havia de estar conforme estava”. “É crime cortar árvores, dizem eles, mas afinal cortaram aqui tudo. Uns dizem que vai ficar mal, outros que vai ficar bem, vamos ver”, disseram algumas pessoas à TSF.

A Quercus também lamenta a obra, tendo mesmo avançado com uma petição online, já encerrada, que reuniu 837 assinaturas, e que já deu entrada na câmara.

O documento, citado pela Lusa, refere que “não houve qualquer tipo de preocupação ambiental, nem qualquer tentativa de se elaborar um projeto de reabilitação que contemplasse a manutenção das árvores e canteiros existentes na avenida, essenciais para o bem estar e qualidade de vida das pessoas que frequentam esse espaço público”.

O projeto da avenida Carvalho Araújo está incluído no PEDU de Vila Real que prevê um investimento global de 17,2 milhões de euros, financiados em 75% por fundos comunitários, e deverá estar concluído em 2022.

ZAP //

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6 Comments

  1. “financiados em 75% por fundos comunitários,”
    É isto tudo ! Está tudo dito ! Quem são os boys da autarquia que estão com falta de facturação ?
    É da CE toca a gastar e a roubar se pudermos !
    Ambiente !Diz-se tantas vezes esta palavra mas será que os politicos, lobbystas, o poder estatal tem noção
    do que a palavra significa ? A maior parte dos camarários e politicos que eu vejo na vida a falar de ambiente aos fins de semana e nas férias fogem das suas cidades e vão para o campo ou para a montanha.
    Por isso a velha desculpa e uso da palavra “requalificação” é só da boca para fora !
    17 milhões de euros dá para muito aslfalto e granito e quase me lembra um canil construido por 2,5 milhões de Euros onde quando soube pensava que o câes tinham um Ritz. Grandes empreiteiros, grandes amigos nas camaras ! E continuamos nós a suportar e a “untar” estas mãos !

  2. Investigação sobre como é gasto todo o dinheiro que vem de fundos comunitários é mais do que urgente pois vêm-se por aí obras camarárias que são uma autêntica vigarice, no que toca ao meio ambiente por exemplo a situação fica muitas vezes pior ainda do que a anterior. Isto não é pedido que se possa fazer a nível interno pois coçam-se todos para o mesmo lado, só mão firme de Bruxelas poderá resolver alguma coisa, mas até desses já quase todos nós desconfiamos também.

  3. Pode até nem ser o caso mas desconfio. Gastar por gastar para dar a ganhar em quem quiserem. Parece que temos um país riquíssimo que não tem mais onde gastar. Aliás é tradição nacional desde os Descobrimentos, não investir na criação de riqueza futura – assim temo que os fundos vão servir apenas para comprar peixe em vez de aprender a pescar – assumo que o comentário que fala nos fundos esteja mais informado que o meu.
    Ao mesmo tempo o impacto ambiental de obras e mais obras não pode ser bom, numa altura em que devíamos limitar os gastos de energia e recursos em geral.
    E a seguir plantam umas árvores quaisquer de crescimento rápido para calar a população?

  4. Sabem quantas arvores foram destruidas na Praça do Marques para esventrar de modo a fazer a estacao de metro?

    Diz-se que em Trás-os-Montes, primeiro “capa-se” e depois assobia-se.
    Parece que estes iluminados, assobiam antes de capar e depois voltam a assobiar. Para o ar!
    Quem sabia deste atentado e falta de respeito para com a Natureza? Só a “familia”, nao?
    Isto cheira que tresanda a “rabo escondido com o gato de fora” …!
    Há gente que por um balde de agua espanca um vizinho e há povo que perante esta pouca vergonha… faz como os referidos iluminados.
    Siga o regabofe enquanto o taxo tem fundo, porque rapado nao tarda a estar.

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