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32,4%: há um sector muito afectado na subida do desemprego

José Sena Goulão / Lusa

Meio ano seguido com número de desempregados a subir. Ficam para trás dois anos seguidos com números diferentes.

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou em dezembro de 2023 pelo sexto mês consecutivo, subindo 3,5% em termos homólogos e 1,7% em cadeia, para 317.659, segundo dados divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

De acordo com o IEFP, em dezembro passado estavam registadas 317.659 pessoas nos centros de emprego do continente e regiões autónomas, número que representa 67,1% de um total de 473.394 pedidos de emprego.

Este valor representa um aumento de 3,5% (+10.654 pessoas) relativamente a dezembro de 2022 e de 1,7% (+5.349 pessoas) face a novembro.

“Para o aumento do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2022, na variação absoluta, contribuíram os inscritos há menos de 12 meses (+17.442), os detentores do ensino secundário (+14.524) e os que procuram um novo emprego (+10.412)”, detalha o IEFP.

Quanto ao número de jovens desempregados inscritos, aumentou 7,7% (+2.485) em dezembro de 2023 face ao mesmo mês de 2022, mas recuou 3,5% (-1.274) em cadeia.

A nível regional, em dezembro de 2023, com exceção dos Açores (-14,8%) e da Madeira (-24,0%), o desemprego aumentou em termos homólogos, com o valor mais acentuado na região do Alentejo (+9,6%).

Já em relação ao mês anterior, o IEFP nota que, “com exceção dos Açores, a tendência é também de aumento do desemprego, com a maior variação a acontecer na região do Algarve (+18,4%)”.

Ao longo do mês em análise, inscreveram-se nos serviços de emprego de todo o país 44.082 desempregados, um número ligeiramente superior ao observado no mesmo mês de 2022 (+63, +0,1%) e inferior face a novembro (-14,818; -25,2%).

Já as ofertas de emprego recebidas ao longo do mês de dezembro totalizaram 8.062 em todo o país, número superior ao do mês homólogo de 2022 (+1.276; +18,8%) e inferior em relação ao mês anterior (-1.421; -15,0%).

Os grupos profissionais mais representativos dos desempregados registados no continente eram em dezembro os “trabalhadores não qualificados” (27,8%), “trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção de segurança e vendedores” (20,3%), “pessoal administrativo” (11,5%) e “trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices” (10,0%).

Em relação às profissões em concreto, o maior aumento (8,8%) verificou-se nos operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem.

A percentagem aumenta dividindo os números por setores de atividade económica: 72,8% tinham trabalhado nos serviços, com destaque para as atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio (32,4% dos novos inscritos); segue-se o setor das indústrias, com 19,6%, sobretudo entre trabalhadores da construção (6,2%); mais abaixo, o setor agrícola (5,1%).

Quanto às ofertas de emprego por satisfazer, no final de dezembro de 2023 totalizavam 10.353, nos serviços de emprego de todo o país, o que corresponde a uma diminuição das ofertas em ficheiro na análise anual (-1.078; -9,4%) e face ao mês anterior (-2.887; -21,8%).

No total do ano, sublinha o Diário de Notícias, 2023 registou um aumento de 3,5% no número de desempregados inscritos. Isto significa que foi quebrado o ciclo de 2021 e 2022, dois anos em que houve descida anual no desemprego.

ZAP // Lusa

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