Desde o início do desconfinamento, o R(t) aumentou de 0,84 para 0,93 a nível nacional. António Costa tinha definido que o ideal era manter este índice abaixo de 1.
Apesar da a incidência ter revelado uma tendência decrescente, o desconfinamento fez com que o índice de transmissibilidade, conhecido como R(t), aumentasse dos 0,84 para os 0,93. Este índice reflete quantas pessoas um infetado contagia.
Quando António Costa apresentou o plano de desconfinamento deixou sempre a ideia de que a qualquer altura poderia premir o botão de emergência e voltar atrás nas medidas tomadas. Esta medição do risco seria feita precisamente através destes critérios: nível da evolução da incidência e da transmissibilidade, e a capacidade do SNS.
Na altura, a 11 de março, Portugal apresentava uma “incidência de 105 casos por cada 100 mil habitantes” e o R(t) estava nos 0,78. Isto significa que 100 pessoas infetadas com covid-19 contagiavam outras 78.
De acordo com o ECO, António Costa mencionou que o ideal seria manter a incidência sempre abaixo dos 120 mil casos por 100 mil habitantes e o R(t) estar abaixo de 1. A verdade é que a meio desta plano de desconfinamento, embora a incidência esteja a baixar, o R(t) começa a aproximar-se do limite definido para este indicador.
De acordo com o relatório publicado na última sexta-feira pelo Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA) e pela DGS, o R(t) está neste momento nos 0,93 a nível nacional.
À medida que o R(t) se aproxima de 1, significa que há uma desaceleração na diminuição de novos casos de covid-19. Perante este cenário, António Costa pediu contenção nesta semana da Páscoa, já que a situação epidemiológica está a avançar “num sentido perigoso”, que pode atirar o país de volta para um confinamento apertado.
Aliás, há regiões em que o R(t) já é superior a 1: Alentejo (1,02), Algarve (1,19), Região Autónoma dos Açores (1,04) e Região Autónoma da Madeira (1,05).