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Descoberto o “Santo Graal” dos dinossauros africanos

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Andrew McAfee, Carnegie Museum of Natural History

Ilustração do novo dinossauro herbívoro Mansourasaurus shahinae.

Investigadores egípcios e norte-americanos descobriram uma nova espécie de dinossauro herbívoro descrito como o “Santo Graal” dos dinossauros africanos, porque ajuda a desvendar a história da evolução destes animais em África e a sua ligação à Europa.

Os fósseis deste dinossauro herbívoro de pescoço longo, com placas ósseas incrustadas na pele, foram encontrados no deserto do Sahara, dentro do território do Egipto, conforme descrevem os investigadores no artigo científico publicado na segunda-feira na revista Nature Ecology and Evolution.

Baptizado ‘Mansourasaurus shahinae‘, trata-se do “Santo Graal” dos dinossauros africanos, como salienta um dos co-autores do estudo, o paleontólogo Matt Lamanna, do Museu Carnegie de História Natural, dos EUA, em declarações divulgadas no comunicado sobre a investigação, publicado pela Universidade do Ohio que também colaborou na pesquisa.

“Quando vi as imagens dos fósseis pela primeira vez, o meu queixo caiu ao chão”, aponta Lamanna, notando que os paleontólogos procuravam “há muito, muito tempo” um esqueleto de dinossauro africano do período Cretáceo tão bem conservado.

O espécimen encontrado é o mais completo já encontrado em África, relativo àquele período, incluindo partes do crânio, da mandíbula, do pescoço e das costelas, parte de um pé e das placas dérmicas.

Pertencente ao grupo dos saurópodos ‘Titanosauria‘, do qual fazem parte alguns dos maiores animais terrestres do mundo, o ‘Mansourasaurus‘ era, contudo, bem mais pequeno, com o tamanho de um elefante africano.

Hesham Sallam, Mansoura University

Maxilar inferior do Mansourasaurus shahinae encontrado no deserto do Sahara no Egipto.

“Espécie chave de dinossauro”

O ‘Mansourasaurus shahinae‘ é uma espécie chave de dinossauro e uma descoberta crítica para a paleontologia egípcia e africana, destaca o investigador Eric Gorscak, da Universidade de Ohio, que colaborou no estudo.

É muito difícil encontrar fósseis de dinossauros do Cretáceo Superior em África, por causa da densa vegetação actual da zona. Isto deixa um vazio na investigação paleontológica quanto a uma altura em que os continentes viviam grandes mudanças.

Depois de se terem agregado para formar o super-continente Pangea, nos primeiros anos da era dos dinossauros, nos períodos Triásico e Jurássico, os continentes começaram a separar-se por alturas do Cretáceo.

A descoberta do ‘Mansourasaurus shahinae‘ pode ajudar a perceber como é que África estava ligada ao Hemisfério Sul e à Europa e que caminhos evolutivos sofreram os animais de então.

Analisando as características do ‘Mansourasaurus‘, os investigadores detectaram que este tem mais ligações com os dinossauros da Europa e da Ásia do que com aqueles que se encontram a sul de África ou na América do Sul.

Este é um indício de que “os últimos dinossauros de África não estavam completamente isolados, ao contrário do que alguns pressupuseram no passado”, salienta Gorscak. “Havia ligações com a Europa”, refere o investigador, salientando que alguns dinossauros podem ter-se deslocado entre África e o Velho Continente.

SV, ZAP //

1 Comment

  1. Uau, que descoberta. Vai ser desta que o Sporting vai ser campeão, que vou pagar menos de IRS e ao mesmo tempo ser promovido….Oops, não tem nada a ver uma coisa com outra?

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