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Cientistas descobriram o ponto fraco dos tardígrados

Os tardígrados, também chamados ursos de água, são conhecidos pela sua resistência. Mas um novo estudo revela agora que estes pequenos organismos também têm um ponto fraco: exposição de longo prazo a altas temperaturas.

Em 2018, um estudo científico revelou que o tardígrado Acutuncus antarcticus poderia estar em risco de extinção devido às alterações climáticas. Agora, uma segunda espécie, Ramazzottius varieornatus, demonstrou uma fraqueza semelhante.

“Os espécimes utilizados neste estudo foram obtidos nas calhas de um telhado de uma casa localizada em Nivå, na Dinamarca. Avaliámos o efeito das exposições a altas temperaturas em tardígrados ativos e dessecados, e também investigámos o efeito de um breve período de aclimatação em animais ativos”, explica o biólogo Ricardo Neves, da Universidade de Copenhaga, citado pelo Science Alert.

Para tardígrados ativos que não foram habituados a temperaturas mais altas, a população atingiu uma taxa de mortalidade de 50% depois de passar 24 horas a uma temperatura de 37,1ºC.

Um breve período de aclimatação de duas horas a 30°C, seguido de duas horas a 35°C, elevou esse limiar de mortalidade para 37,6°C. Portanto, a aclimatação parece ter melhorado a taxa de sobrevivência.

Os tardígrados dessecados, por sua vez, foram capazes de suportar temperaturas muito mais elevadas. Os cientistas observaram uma taxa de mortalidade de 50% após 24 horas numa temperatura de 63,1°C. Outras experiências revelaram que as criaturas morreriam muito mais rapidamente quando as temperaturas são ainda mais altas.

Em 2006, um outro estudo científico mostrou que os tardígrados dessecados podiam sobreviver a temperaturas de até 151°C num período de até 30 minutos. O que este novo estudo demonstra agora é que a taxa geral de sobrevivência dos tardígrados diminui acentuadamente quanto mais a temperatura for mantida em alturas insalubres.

“Podemos concluir que os tardígrados ativos são vulneráveis a altas temperaturas, embora pareça que estas criaturas podem habituar-se ao aumento da temperatura no seu habitat natural”, afirma Neves, cujo estudo foi publicado na revista Scientific Reports.

“Tardígrados dessecados são muito mais resistentes e podem suportar temperaturas muito mais altas. No entanto, o tempo de exposição é claramente um fator limitador que restringe a sua tolerância”.

ZAP //

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