Descoberto o parente mais próximo do T. rex. Estava “perdido” num museu

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@NickLongrich/Twitter

Tyrannosaurus mcraeensis, o parente mais próximo do famoso T. rex

Após 40 anos disfarçado de T. rex num museu norte-americano, McRae revelou a sua verdadeira identidade. Afinal, viveu 6 a 7 milhões de anos antes da era do dinossauro mais famoso do mundo.

Abram alas para o Tyrannosaurus mcraeensis, nova espécie de tiranossauro descoberta a partir de um crânio com 72 milhões de anos.

O “irmão” do Tyrannosaurus rex estava à vista de todos no Museu de História Natural e Ciência do Novo México (NMMNHS), mas era demasiado parecido com o dinossauro mais famoso do mundo.

Após mais de 40 anos disfarçado de T. rex, uma equipa de paleontólogos olhou melhor para o crânio da “besta” com altura equivalente a um autocarro de dois andares e reexaminou-o. Verificou, então, diferenças anatómicas significativas que levaram ao reconhecimento de uma espécie distinta.

A análise filogenética sugere, em estudo publicado na revista Scientific Reports, que o T. mcraeensis poderia ser uma espécie irmã do T. rex, possivelmente até um ancestral plausível, embora não direto.

O T. mcraeensis distingue-se pelos seus maxilares mais longos e menos profundos, indicando uma força de mordida potencialmente mais fraca em comparação com o T. rex. No entanto, não deixa de ser um predador formidável de até 12 metros de comprimento e 3,6 metros de altura. A espécie prosperou no final do período Cretácico, principalmente com uma dieta carnívora.

“O crânio/mandíbula foi originalmente descrito e atribuído ao T. rex em 1986”, disse Spencer Lucas, um dos autores do novo artigo e curador de Paleontologia no NMMNHS, à IFLScience.

“Décadas depois, muito se aprendeu sobre o T. rex através de fósseis recém-descobertos. As diferenças anatómicas entre o fóssil McRae e outros T. rex agora destacam-se como prováveis diferenças taxonómicas, daí a necessidade de uma reinvestigação”, explicou.

“As diferenças são subtis, mas isso é típico em espécies estreitamente relacionadas. Lentamente, a evolução causa mutações que se acumulam ao longo de milhões de anos, fazendo com que as espécies pareçam subtilmente diferentes ao longo do tempo”, explica Nick Longrich, coautor do estudo.

Descoberto na década de 1980 na Formação do Lago Hall, Novo México, EUA, o “novo” dinossauro viveu há 71-73 milhões de anos — aproximadamente 6 a 7 milhões de anos antes da era do T. rex.

A revelação sugere que os tiranossauros habitaram a América do Norte mais cedo do que se pensava anteriormente e dá asas à possibilidade de os tiranossauros terem evoluído a sul de Laramidia, um grande continente insular que existiu há 100 a 66 milhões de anos e que se estendia do atual Alasca ao México.

Os investigadores propõem que, no final do período Cretácico, os Tiranosssauros, juntamente com outras espécies gigantes como o Triceratops, começaram a expandir-se para norte.

Tomás Guimarães, ZAP //

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