Descoberto o “pai” voador dos crocodilos. Tem 200 milhões de anos e cabe na sua mão

Nobu Tamura/Wikimedia Commons

Ilustração do pequeno Kuehneosaurus

O Kuehneosauro era tão pequeno que, durante 200 milhões de anos, esteve “escondido” nas colinas de Mendip, em Somerset, no Reino Unido, numa pedreira de calcário vista como uma janela para a fauna do Triássico Tardio.

Fósseis de répteis voadores com 200 milhões de anos foram recentemente descobertos nas colinas de Mendip, em Somerset, no Reino Unido e trazem novidades sobre a evolução dos répteis e o ambiente pré-histórico.

Os restos fossilizados, encontrados  numa pedreira de calcário no sudoeste da Inglaterra, sugerem que estas criaturas eram pequenos animais semelhantes a lagartos que caberiam na mão de um ser humano.

Os investigadores acreditam que estes novos répteis, identificados como espécies de Kuehneossauros, sejam parentes distantes dos crocodilos e dinossauros. No entanto, dinossauros não foram encontrados no local.

“Todas as bestas eram pequenas. Esperava encontrar alguns ossos de dinossauros, ou mesmo os seus dentes isolados, mas na verdade encontrei tudo menos dinossauros”, disse, citado pelo Interesting Engineering, Mike Cawthorne, estudante de mestrado na Universidade de Bristol e responsável pela descoberta.

Foram encontrados dois tipos distintos destes répteis, de acordo com o estudo publicado no passado dia 20 de janeiro na Proceedings of the Geologists’ Association.

Um dos tipos exibe asas grandes e outro envergadura menor, formada por pele esticada sobre costelas laterais alongadas.

Com uma adaptação única para planar eficientemente entre as árvores, de forma semelhante ao lagarto voador moderno — o Draco, do sudeste asiático, mais conhecido como dragão-voador —, os pequenos répteis, provavelmente insetívoros, podiam planar até 10 metros ao fugir de predadores ou durante a caça.

Parte de uma antiga grande ilha subtropical conhecida como a Paleo-ilha de Mendip, a pedreira de calcário em que a pequena criatura foi encontrada estende-se por cerca de 30 quilómetros.

O ambiente da antiga ilha albergava uma gama diversificada de pequenos répteis — é uma autêntica janela para a fauna do período Triássico Tardio.

A pesquisa desenterrou ainda fósseis de outros répteis únicos, incluindo o trilofossauro Variodens, que apresenta uns dentes invulgares, e o Pachystropheus aquático, semelhante, em estilo de vida, a uma lontra moderna.

“Foi necessário muito trabalho para identificar os ossos fósseis, a maioria dos quais estava separada e não num esqueleto”, disse o professor Mike Benton, da Escola de Ciências da Terra da Universidade de Bristol.

“No entanto, temos muito material comparativo, e Mike Cawthorne conseguiu comparar as mandíbulas isoladas e outros ossos com espécimes mais completos de outros locais perto de Bristol”, acrescentou Benton, em comunicado.

Apesar da ausência de restos de dinossauros nesta descoberta, os especialistas mantêm a esperança de que tais fósseis ainda possam ser encontrados em outros locais de idade geológica semelhante perto de Bristol.

ZAP //

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