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Descobertas as mutações que causam leucemia em crianças com Down

sheepies / Flickr

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Uma equipa de cientistas britânicos anunciou esta quinta-feira ter descoberto, em crianças com Síndrome de Down, as mutações genéticas que originam leucemia linfoblástica aguda infantil, o que pode ajudar a desenvolver terapias eficazes para a doença.

O estudo foi feito em crianças com Trissomia do cromossoma 21, que são 20 a 50 vezes mais propensas a leucemias na infância, e envolveu a análise da sequência do ADN dos pacientes em diferentes estágios do cancro de sangue.

Os investigadores da Universidade Queen Mary of London descobriram dois genes-chave (denominados RAS e JAK) que podem sofrer mutação para transformar células normais do sangue em cancro de células.

No entanto, os dois genes nunca modificam juntos, dando a impressão de que um anula o outro, refere o estudo, publicado na revista ScienceDaily, assinalando que a descoberta vai permitir aos cientistas apurarem qual dos dois genes são modificados em paciente.

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Nizetic Dean, professor de Biologia Celular e Molecular da Universidade Queen Mary of London

Nizetic Dean, professor de Biologia Celular e Molecular da Universidade Queen Mary of London

“Nós acreditamos que os nossos resultados são um avanço na compreensão das causas dos instrumentos subjacentes da leucemia e, eventualmente, esperamos projetar o tratamento mais adequado e eficaz para esse tipo de cancro, com medicamentos menos tóxicos e com menos efeitos colaterais”, disse Nizetic Dean, professor de Biologia Celular e Molecular da Universidade Queen Mary of London, citado pela publicação científica.

Atualmente, uma em cada seis crianças na população em geral não responde bem à terapia padrão para a leucemia, podendo sofrer de recaídas e efeitos tóxicos colaterais do tratamento, sendo que os números que a fraca resposta e toxicidade são ainda maiores entre as crianças com Síndrome de Down, diz a ScienceDaily.

“Através da nossa pesquisa, sabemos que as pessoas com a síndrome de Down apresentam sinais de envelhecimento acelerado e têm maior acúmulo de danos ao DNA se comparado com a população em geral da mesma idade”, afirmou o pesquisador.

“Portanto, estudar as células de pessoas com síndrome de Down pode fornecer pistas importantes para a compreensão dos mecanismos de envelhecimento, do Alzheimer, cancro, aterosclerose e as diabetes”, mas “são necessárias mais pesquisas nesta área”, acrescentou Nizetic Dean.

/Lusa

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