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Descoberta em Pompeia uma das perfumarias mais bem conservadas da Roma Antiga

Uma equipa de arqueólogos descobriu no sítio arqueológico de Pompeia, no sul de Itália, uma das perfumarias mais bem conservadas da Roma Antiga.

Em comunicado esta semana divulgado, a equipa de especialistas, que reuniu arqueólogos espanhóis da Universidade de Granada, do Instituto Valenciano de Restauração e do Serviço Municipal de Pesquisa Arqueológica de Valência, precisa que a antiga perfumaria foi encontrada na Casa Ariadna, localizada na zona Regio VII.

A equipa trabalhava há anos nas ruínas da cidade antiga destruída pela violenta erupção do Vesúsio em 79 d.C, tendo os resultados da investigação sido publicados num volume dedicado ao artesanato na antiguidade pela editora Archaeopress Archaeology (2020).

Além de um grande número de frascos e unguentos [encontrados em recipientes] cerâmica e vidro, que comprovam a venda ao público dos perfumes, também conseguimos analisar toda a cadeia produtiva e esclarecer como é que se produziam essências”, disse Macarena Bustamante-Álvarez, uma das autoras do estudo, citada pelo jornal ABC.

O primeiro passo para criar perfumes romanos passava por prensar azeitonas e flores de forma a obter uma base oleosa do produto, bem como essências florais. Os arqueólogos espanhóis encontraram na perfumaria da Casa Ariadna os restos de uma prensa que terá servido para esta mesma função.

Os produtos que resultavam da prensa eram depois finalizados misturando-se em pias alinhadas hidraulicamente, usando-se também alguns compostos de origem animal como “aglutinadores” dos produtos que. Uma vez maceradas, estas essências poderiam então ser “engarrafadas” e estavam prontas para serem comercializadas.

“No nosso estudo, propusemos que produtos cosméticos foram preparados nestas instalações usando gorduras semelhantes à lanolina [gordura de consistência sólida, amarelo âmbar, retirada da suarda de carneiro] atual, ilação que pode ser deduzida a partir da localização próxima de um espaço de lanificação, isto é, um espaço onde a lã era trabalhada e lavada”, explicou Macarena Bustamante-Álvarez.

E acrescentou: “Nas primeiras lavagens da lã ainda suja, esta gordura foi extraída, o que serviu depois de base para algumas preparações cosméticas”.

Quanto à utilização destes perfumes na Roma Antiga, os especialistas acreditam que estes foram utilizados em práticas cosméticas e higiénicas semelhantes às de hoje, bem como em rituais funerários e como presentes.

O parque arqueológico de Pompeia reabriu ao público esta terça-feira, dia 26 de maio, depois de ter fechado portas por causa da pandemia de covid-19. Reconhecida como Património Mundial da UNESCO, Pompeia é uma das atrações turísticas mais procuradas em Itália, recebendo anualmente cerca de 2 500 000 visitantes.

ZAP //

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