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Descoberta doca do século XVII durante construção do novo hospital da CUF

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Uma antiga doca militar do século XVII foi encontrada em Alcântara, durante as obras de construção do novo hospital CUF Tejo, na zona de Alcântara, em Lisboa. Trata-se da doca do Baluarte do Sacramento, construída em 1652 por iniciativa do rei D. João IV.

De acordo com o grupo responsável pelas escavações arqueológicas, Era Arqueologia, “a estrutura militar estava associada ao Forte do Sacramento ou da Alfarrobeira” e fazia parte do “sistema defensivo do estuário do Tejo e da cidade de Lisboa“.

No entanto, a descoberta não foi propriamente uma surpresa, porque a doca constava de mapas antigos daquela área.

“O achado mais relevante foi também o mais expectável”, afirmou ao Público a arqueóloga Inês Mendes da Silva, sublinhando que “até ao momento, todos os achados arqueológicos identificados já se achavam cartografados em plantas antigas”.

Os arqueólogos também detetaram os destroços de pelo menos uma pequena embarcação de madeira naquele local e estacas de madeira em Alcântara “que constituíam várias estruturas portuárias descobertas na área”.

“Pelas dimensões, deduz-se que a doca seria utilizada por embarcações de pequeno porte, nomeadamente de apoio ao comércio local” e que “terá estado em uso até meados do séc XIX”, explica Inês Mendes da Silva.

Segundo a especialista, os antigos elementos de madeira foram preservados graças à presença de água no sub-solo.

Devido à descoberta, o ritmo da construção do Hospital CUF Tejo teve de ser reajustado aos necessários procedimentos de preservação”, disse fonte da José de Mello Saúde.

De acordo com o Diário de Notícias, a previsão é de que o hospital esteja em funcionamento em 2019, quando relatos anteriores diziam que estaria aberto no segundo semestre de 2018.

O Hospital CUF Tejo terá mais 75 mil metros quadrados e vai custar mais de cem milhões de euros. O edifício a ser construído em frente à estação de comboios de Alcântara-Mar, entre a Avenida 24 de Julho, a Avenida da Índia e a Rua de Cascais.

ZAP //

5 Comments

  1. Mais uma obra que risca de ficar embargada pela descoberta de algum entulho para investigação enquanto os nossos monumentos se deixam degradar como se nada ou pouco valessem.

    • Quanta ignorância. Entulho esse que fazia parte do “sistema defensivo do estuário do Tejo e da cidade de Lisboa“, aquilo que nos faz falta agora já que nada nem ninguém nos defende de futuras invasões. Portugal agora é uma porta aberta a bandidos.

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