O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, considera que a descida do desemprego “será o último bastião” da crise que o país atravessa.
“Há dois indicadores, a dívida e o desemprego, que vão levar anos a recuperar”, disse Pedro Reis, sublinhando que para haver crescimento de emprego são necessários dois factores:”crescimento económico e investimento”, o que ainda está “longe de se conseguir”.
“O investimento, actualmente, é muito capital intensivo, ou seja, é preciso um rácio muito elevado entre o valor de investimento e os postos de trabalho que cria”, disse.
“A única maneira de recuperarmos o emprego, de uma forma realista, é gerarmos investimento suficiente e reanimarmos a economia portuguesa”, apontou.
“Até essa equação estar fechada, o desemprego será o último bastião desta crise”, sublinhou.
No entanto, Pedro Reis disse acreditar que a taxa de desemprego esteja estabilizada, uma vez que “as empresas já fizeram o seu ajustamento”.
Na quinta-feira, o Eurostat, gabinete de estatísticas da União Europeia, divulgou que a taxa de desemprego em Portugal situou-se nos 16,3% em Setembro, ligeiramente abaixo dos 16,5% registados em Agosto e dos 16,4% em relação a igual período do ano passado.
Apesar desta ligeira descida em termos mensais, Portugal mantém a quinta taxa de desemprego mais elevada da União Europeia, apenas atrás da Grécia (27,6%), da Espanha (26,6%), da Croácia (17,2%) e de Chipre (17,1%).
/Lusa