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Deputados do PS denunciam pressão de empresa por causa de Relvas

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PSD / Flickr

Miguel Relvas, ex-ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares

Miguel Relvas, ex-ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares

Deputados do PS receberam uma carta dos detentores do Banco Efisa que consideram ser uma pressão para não questionarem a relação de Miguel Relvas com a instituição, depois do Parlamento anunciar que quer ouvir o ex-ministro sobre “múltiplos episódios” que envolvem o banco.

Com data de 11 de fevereiro – um dia depois da entrega do requerimento do PS para que Miguel Relvas vá ao Parlamento explicar o seu envolvimento nos negócios com o Banco Efisa, banco de investimentos do antigo BPN –, a carta é agora divulgada depois de os partidos com assento parlamentar aprovarem, esta quarta-feira, o pedido dos socialistas.

A comunicação é dirigida a João Paulo Correia e João Galamba e enviada com conhecimento de todos os líderes parlamentares, escrita em inglês e assinada pelos administradores da Aethel Partners, Ricardo Santos Silva (ex-administrador do BESI) e Aba Schubert, que são os principais acionistas da Pivot, a empresa que adquiriu o banco de investimento do ex-BPN.

Os administradores da Aethel Partnerts referem-se as declarações sobre a relação de Miguel Relvas com o Banco Efisa como acusações que parecem ser feitas “de má fé” e que são prejudiciais à Pivot.

“Dado o vosso estado de servidores públicos, confiamos que serão cuidadosos em não propagar declarações com insinuações inquietantes e que criam danos, como as referidas acima”, cita o Observador.

No documento, os empresários dizem que a aquisição do Banco foi feita por decisão do Governo por ser a melhor oferta e que todo o processo decorreu de maneira “transparente”, uma vez que obedeceu às regras da Unidade Técnica de Acompanhamento e de Monitorização do Setor Público Empresarial.

Os acionistas sublinham ainda que “como entidade privada, a Pivot tem o direito de tomar as suas próprias decisões comerciais, em conformidade com a legislação aplicável, sem interferência política”.

O deputado do PS, João Paulo Correia, denunciou a existência da carta na Comissão de Orçamento e Finanças, considerando-a uma pressão sobre a Assembleia da República.

O parlamentar considerou ao Diário de Notícias que “é grave uma entidade privada ameaçar de forma pública a liberdade de expressão dos deputados num processo marcado por episódios estranhos, que envolvem Miguel Relvas sobre a venda de um banco público a uma sociedade privada”.

Relvas no Efisa

O requerimento do PS, ontem discutido no Parlamento, foi suscitado quando, no final de janeiro, se soube que o Banco de Portugal esta a analisar um pedido de parecer sobre os novos acionistas da Pivot, entre eles Miguel Relvas.

Como não se trata de uma comissão de inquérito, Miguel Relvas não é obrigado a comparecer, podendo recusar prestar esclarecimentos aos deputados.

No pedido lê-se que “a recapitalização pública do Banco Efisa totalizou 90 milhões de euros”, despachada pela ex-secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco, que também foi chamada a ser ouvida pelo Parlamento.

Em julho de 2015, a Parparticipadas anunciou ter chegado a acordo para a venda da totalidade do capital do Banco Efisa à Pivot SGPS, cujos acionistas são “entidades portuguesas e estrangeiras”.

Os deputados socialistas querem saber se Relvas teve ou não influência na decisão do Governo de Passos Coelho de recapitalização do banco, de que o ex-ministro pode agora vir a beneficiar como acionista da Pivot.

“O Governo anterior injetou 90 milhões de euros e vendeu o banco Efisa por 38 milhões de euros. O Estado deixou lá 52 milhões de euros”, precisou ontem o deputado João Paulo Correia, argumentando ser necessário verificar qualquer suspeita de favorecimento político.

O deputado do PS sublinhou que Relvas, conselheiro nacional do PSD, tem um “longo processo de ligação ao banco Efisa, desde quando era deputado e era consultor do banco e também houve notícias a dar conta de ter sido consultor de uma outra empresa ligada à Pivot SGPS, aquando do processo de venda”.

Assim, segundo os socialistas, “o anterior Governo PSD/CDS, liderado pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, injetou 90 milhões de euros num banco que, caso o Banco de Portugal assim o decida, poderá ser de Miguel Relvas, ex-ministro e ex-número dois de Pedro Passos Coelho”.

ZAP

7 Comments

  1. “O Governo anterior injetou 90 milhões de euros e vendeu o banco Efisa por 38 milhões de euros. O Estado deixou lá 52 milhões de euros”, precisou ontem o deputado João Paulo Correia, argumentando ser necessário verificar qualquer suspeita de favorecimento político.”
    MAIS UM NEGÓCIO RUINOSO PARA OS CONTRIBUINTES. Mais uma vez eu pergunto: E NINGUÉM VAI PRESO??????????? Quando é que acaba este REGABOFE??? Se não prendermos os responsáveis, temos que prender o 1º ministro que é o responsável máximo desta quadrilha.

    • A imputação de culpas/responsabilidades e as consequentes consequências é o principal instrumento de controlo deste tipo de situações. No caso de existir, como existe, situações em que determinado comportamento não tem consequências leva a que as pessoas façam uma e outra vez o mesmo… se isto não for mudado teremos sempre o mesmo resultado.

  2. ”— o anterior Governo PSD/CDS, liderado pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, injetou 90 milhões de euros num banco que, caso o Banco de Portugal assim o decida, poderá ser de Miguel Relvas, ex-ministro e ex-número dois de Pedro Passos Coelho”.
    Mais uma vez se comprova que em Portugal os favores têm que ser pagos e os compadres são compadres e as comadres são comadres.

  3. Lamentavelmente, todos os políticos estão de rabo na boca, nada nem ninguém esta a salvo, o Zé Povo devia ir todo para a rua e exigir nova constituição, constituição essa elaborada por gente fora das máquinas partidárias (nada de gabinetes de advogados que servem-se a eles e aos interesses de quem lhes paga).
    Os media, devem ser mais exímios nas noticias que fazem, pois também estes não estão isentos da pouca vergonha que estamos a assistir no momento assim como a que esta para vir (os cinco bancos noticiados, cujo reforço publico lhes foi dado são para cair num futuro próximo) algo e alguém tem de travar esta teia de corrupção pois não esta em causa só o nosso futuro, assim como esta o das próximas gerações.
    Será bom que se faça reflexão sobre o que se esta a viver.

  4. e nao se fala nos 90 milhoes que o ladrao do passos la meteu e natural que haja pressão porque estão com medo de que ao mexer na porcaria saia mais a luz espero que isso não seja motivo de não investigar o relvas e companhia esperamos para ver

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