O regresso de Joaquim Pinto Moreira, suspeito de corrupção na Operação Vórtex, foi anunciado sem a anuência da direcção do PSD.
Foi noticiado esta sexta-feira que o deputado e ex-vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Joaquim Pinto Moreira, vai voltar ao Parlamento. Recorde-se que o deputado suspendeu o seu mandato há cerca de dois meses, após ter sido constituído arguido na Operação Vórtex, que investiga suspeitas de corrupção na autarquia de Espinho, que Pinto Moreira presidiu entre 2009 e 2021.
Mas, de acordo com o Expresso, a direcção do PSD não foi consultada sobre o regresso de Pinto Moreira. “O pedido do deputado Pinto Moreira apanhou todos de surpresa. Não houve qualquer articulação prévia com a direção do partido”, revela uma fonte próxima do partido. A direcção vai reunir na segunda-feira, onde será “analisada a situação e tomada uma posição”.
Ainda antes desta revelação, alguns deputados sociais-democratas já apontavam que a “a direcção do partido está completamente desorientada”, numa altura em que a Operação Tutti-Frutti está a reacender velhas disputas e a mergulhar o partido num clima de guerra civil entre os aliados Montenegro e a ala rioísta.
O regresso surpresa de Pinto Moreira, que é um dos braços direitos de Montenegro, vem complicar as coisas. “Todos acham que a direcção vai dizer que não tem nada a ver com isto, mas é muito difícil acreditar que não”, revela um deputado, que aponta que isto pode ser encarado como uma tentativa de “ter alguma mão na bancada” por parte da liderança.
No entanto, há outros que acreditam que este regresso sem aviso pode sinalizar uma ruptura de Pinto Moreira com a direcção. “Se, de facto, este regresso não foi coordenado, até face às reações da direção nos últimas dias, então isso significa que Pinto Moreira rompeu com Luís Montenegro”, revela um deputado.
O ex-líder da bancada foi constituído arguido no âmbito da Operação Vórtex em Março, tendo também sido alvo de buscas domiciliárias e visto o seu computador e telemóvel a ser apreendidos. Em causa estão suspeitas de corrupção passiva, prevaricação, tráfico de influência e abuso de poderes, devido a alegadas trocas de favores com o empresário Francisco Pessegueiro.
A retoma do mandato de Joaquim Pinto Moreira chega numa semana de loucos dentro do PSD, em que outras figuras do partido foram referidas nas reportagens da TVI sobre a Operação Tutti-Frutti, que investiga um pacto eleitoral entre o PS e o PSD nas autárquicas de 2017.
Um dos nomes referidos é o do deputado Carlos Eduardo Reis, que esteve no centro de uma reunião acesa da bancada do PSD, onde acusou a direcção do partido de o tornar um bode expiatório e recusou ser o “idiota útil” para derrubar dois Ministros e causar eleições antecipadas — referindo-se a Fernando Medina e Duarte Cordeiro, que também são suspeitos na Operação Tutti-Frutti.
Carlos Eduardo Reis reforça que não foi acusado de nada e que nunca foi sequer ouvido pelas autoridades e a ala rioísta acredita que a direcção de Montenegro está a isolar o deputado — que era próximo de Rio e participou na campanha de Jorge Moreira da Silva — porque este é um adversário interno.
Por sua vez, a direcção rejeita estar a tratar Carlos Eduardo Reis de forma mais dura do que Luís Newton, presidente da junta de Freguesia da Estrela e da concelhia do PSD/Lisboa, e Sérgio Azevedo, ex-deputado e figura central da Operação Tutti-Frutti. Os aliados de Montenegro acusam os rioístas de uma “vitimização infantil“.
Quer PS quer PSD têm de se regenerar por completo. De um lado e de outro é só malfeitores. A abstenção e o CHEGA continuarão a subir nos atos eleitorais. A justiça é a principal responsável pelo estado a que o país chegou.
O Montenegro que não se cuide, que não faça uma barrela na ‘casa’ e vai ter grande e negativas surpresas nas eleições apesar do Cavaco ‘cantar’ loas a este PSD!!!
Subscrevo inteiramente..não há inocentes..