Histórico: Parlamento húngaro aprova adesão da Suécia à NATO

Zoltan Fischer / EPA

O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, aperta a mão ao primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán

“Dia histórico”: Depois de muita luta e teimosia, o parlamento húngaro ratificou a adesão da Suécia à NATO. Com a aprovação da Turquia em dezembro, a Hungria era o país que estava em falta.

O parlamento húngaro ratificou esta segunda-feira a adesão da Suécia à NATO, o passo final necessário para o país nórdico, que deseja aderir à Aliança Atlântica desde a invasão russa da Ucrânia.

Os suecos, bem como o seu primeiro-ministro, Ulf Kristersson, celebram este “dia histórico”.

Após quase dois anos de espera, a candidatura de Estocolmo foi aprovada por uma esmagadora maioria de deputados: 188 votos em 199 lugares.

Após a ratificação, há um mês, pelo Parlamento turco, a Hungria era o último dos 31 membros da Aliança que ainda não tinha aprovado a entrada da Suécia, num processo que começou há quase dois anos e até agora era bloqueado por estes dois países.

A ratificação pelo Parlamento húngaro, onde o Fidesz do primeiro-ministro, Viktor Orbán, tem uma maioria de dois terços, tinha sido adiada e boicotada várias vezes, tendo os deputados deste partido justificado o atraso, por exemplo, com as críticas “injustas” da Suécia sobre a política e a deriva democrática na Hungria, também denunciada pela União Europeia.

Na sexta-feira, Orbán tinha anunciado a reunião desta segunda-feira do parlamento para tomar “as decisões necessárias, que encerrarão esta fase”, numa conferência de imprensa junto do seu homólogo sueco, Ulf Kristersson.

Suécia está pronta para “assumir responsabilidades”

Na reação, Ulf Kristersson afirmou que a Suécia está “pronta para assumir as suas responsabilidades” na NATO.

“Hoje é um dia histórico. Os parlamentos de todos os estados membros da NATO votaram agora a favor da adesão da Suécia”, escreveu o chefe do executivo sueco na rede social X (antigo Twitter).

O primeiro-ministro acrescentou que “a Suécia está pronta para assumir as suas responsabilidades na segurança euro-atlântica”.

Orbán e Kristersson apertam a mão a outros acordos

Na mesma ocasião, Orbán revelou ainda a compra de quatro aviões de combate à Suécia, demonstrando o desejo de uma cooperação militar reforçada.

Além disso, foram assinados acordos relacionados com a manutenção e prestação de serviços destes aparelhos.

“Hoje (dia 23 de fevereiro) chegámos a um acordo para adicionar quatro aeronaves à frota de caças-bombardeiros Gripen das Forças de Defesa Húngaras”, além das 14 já operadas em regime de arrendamento desde 2006, declarou.

Orbán garantiu que esta operação não se relaciona com a ratificação da entrada da Suécia na NATO e afirmou que restaurar a confiança entre os dois países tem sido um processo longo, mas reconheceu que a aquisição dos caças “contribuirá para restabelecê-la”.

Na altura, o chefe do Governo sueco evitou criticar a Hungria e afirmou que quando um país pede para ser membro da NATO sabe que o pedido terá de ser ratificado por todos os países.

“Respeitamos que o Parlamento húngaro tenha tomado a sua decisão de forma mais lenta”, indicou Kristersson, que anunciou que os dois países continuarão a procurar pontos de cooperação.

O governante afirmou que Hungria e Suécia, apesar das suas diferenças, são parceiros na União Europeia “e em breve também na NATO”.

“Não concordamos em vários assuntos com a Hungria, mas numa coisa estamos de acordo: temos de cooperar nos assuntos em que partilhamos posições. Ambos os países são membros da UE e em breve também da NATO”, disse.

De recordar que a Suécia é um dos países mais críticos da democracia húngara devido a algumas das políticas polémicas de Orbán, como a recusa ao acolhimento de refugiados ou o ataque aos direitos LGBT.

ZAP // Lusa

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