Polémicas à parte: Francisco Paupério vai ser o cabeça de lista do Livre às Europeias

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sirpauperio / Instagram

Francisco Paupério, Partido Livre

Depois de tanta polémica, Francisco Paupério acabou por vencer as primárias do Livre e será o cabeça de lista do partido às eleições Europeias de 9 de junho.

O investigador e dirigente do Livre Francisco Paupério vai ser o cabeça de lista do partido nas eleições Europeias de junho, depois de ter vencido as primárias internas.

Este sábado, em comunicado, o Livre anunciou que Francisco Paupério voltou a ficar em primeiro na segunda volta das primárias, na qual concorreram seis candidatos, com 5.667 pontos, seguido da dirigente e número dois do partido no Porto nas últimas legislativas, Filipa Pinto, que conquistou 3.777 pontos.

Francisco Paupério já tinha vencido a primeira volta – fazendo estalar a polémica dentro do partido, que considerou que considerar que existiram “fortes indícios de viciação” do processo por cidadãos que não integram o partido.

Nesse primeiro sufrágio, qualquer cidadão (militante ou não) pôde votar.

Como consequência, a Comissão Eleitoral do Livre recebeu várias queixas e pedidos de dados sobre os resultados estranhos de Francisco Paupério.

No sistema eleitoral interno do Livre pode-se votar em vários candidatos. Mas, entre todos os votos que Francisco conseguiu, mais de metade (52%) estavam num boletim em que os eleitores só escolheram o seu nome.

É a primeira vez que surge um candidato com um número excessivo de votos únicos (quando o eleitor escolhe apenas um candidato). É um número excessivo em comparação com outras primárias e em comparação com os restantes candidatos desta eleição”, explicou a Comissão Eleitoral.

Ainda neste contexto, destacou-se outro número: 185 votos únicos foram de pessoas que não são membros do partido: apenas 4 votos únicos surgiram dentro do partido. Esses 185 votos únicos correspondem a 39% de todos os votos de inscritos para estas eleições.

Numa primeira fase, a Comissão decidiu restringir o voto na segunda volta a membros e apoiantes – mas no mesmo dia voltou atrás.

A Jurisdição do partido determinou que “a segunda volta das primárias devem permitir o voto não só de membros e apoiantes, mas também daqueles que se inscreveram no processo eleitoral, nos termos previstos no Regulamento de Primárias do Livre”.

O órgão interno deliberou que “não foram apuradas condutas concretas que traduzam uma viciação do processo eleitoral”.

Paupério acabou mesmo por vencer

Francisco Paupério tem 28 anos, é natural de Leça da Palmeira, em Matosinhos, e é investigador. É formado em biologia, com especialização em bioinformática, pelas Faculdades de Ciências das Universidades do Porto e Lisboa e está atualmente a concluir o doutoramento em Biologia Integrativa e Biomedicina no Instituto Gulbenkian de Ciência.

Foi número três pelo partido no círculo do Porto nas legislativas de março.

Em terceiro lugar nos resultados da segunda volta ficou o dirigente Carlos Teixeira, que também foi candidato por Lisboa nas últimas legislativas, a investigadora Mafalda Dâmaso, de seguida o chefe de gabinete do Livre na Assembleia da República e deputado municipal em Oeiras, Tomás Cardoso Pereira, e por último, Inês Pires, que foi cabeça de lista por Leiria nas últimas legislativas.

Como funciona o Livre?

O Livre tem duas formas de militância: os membros, que têm direito a eleger e ser eleitos para cargos internos, votar documentos estratégicos e pagam quotas; e os apoiantes, que não contribuem monetariamente mas podem candidatar-se ou ser eleitos nas primárias.

A participação nas primárias do Livre é aberta a qualquer cidadão, desde que este assine a carta de princípios deste partido, respeite o código de ética e assine um “acordo de compromisso”, sob pena de ser retirada a confiança política.

Todos os cidadãos que decidam votar nas primárias do Livre têm que assumir o compromisso de honra “de participar de boa-fé no processo das primárias abertas e de zelar pela sua integridade e credibilidade”, subscrever os princípios e o programa político do Livre e declarar que não fazem parte de outro partido político.

As eleições europeias estão marcadas para o dia 9 de junho.

ZAP // Lusa

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