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Impostos ajudam défice a cair 543 milhões

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O défice orçamental, registado em contas públicas, atingiu os 4.980,6 milhões de euros até julho, uma melhoria de 542,8 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado, segundo a Direção-Geral do Orçamento (DGO).

De acordo com a síntese de execução orçamental divulgada esta quinta-feira pela DGO, esta evolução do défice das administrações públicas entre janeiro e julho “resultou de um crescimento da receita (2,8%) superior ao da despesa (1,3%)”.

Já o saldo primário (que exclui os encargos com a dívida pública) foi de 315,5 milhões de euros até julho, “valor que compara favoravelmente com o registado no período homólogo”, um défice de 585,1 milhões de euros.

A DGO relata que o comportamento da receita “reflete principalmente o aumento da receita fiscal e contributiva“, tendo o Estado arrecadado mais de 21 mil milhões de euros em impostos até julho.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou uma “boa notícia” os números do défice orçamental, mas avisou que “o trabalho tem de continuar” até ao final do ano.

“Tudo o que seja reduzir o défice é uma boa notícia, agora, é um trabalho para continuar até ao fim do ano, porque estamos a comparar com o ano anterior”, afirmou aos jornalistas, durante uma visita à secular Feira de S. Mateus, em Viseu.

O PSD acusou o Governo de mascarar os números da execução orçamental ao cortar no investimento público e aumentar os pagamentos em atraso, sendo esta a receita para “fazer com que a despesa pareça ser menor”.

O Presidente da República discordou desta leitura, considerando que o que se passa é que “o Governo decidiu cativar uma série de verbas”.

“Eu acho que essa cativação vai ser convertida em definitiva, vai haver um corte definitivo. Portanto, quando a oposição diz que provavelmente a cativação é uma dissimulação, eu percebo o ponto de vista, porque acha que o Governo ainda vai gastar”, referiu.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “o Governo não tem margem para gastar, portanto, a cativação converte-se em corte definitivo”.

Já a vice-presidente do CDS-PP, Cecília Meireles, defendeu que o valor do défice ontem divulgado é “particularmente preocupante”, sublinhando igualmente o aumento dos impostos indiretos e os pagamentos em atraso expressos na síntese de execução orçamental.

ZAP / Lusa

3 Comments

  1. Obrigado Costa. Ainda bem que isso não se deve a um aumento de impostos. Ah espera, não… houve um aumento nos combustíveis… que para mim representam cerca de 12 euros por mês…. Obrigadinho Costa

  2. Reduzir défice numa perspectiva de redução da despesa é sempre complexo. Reduzir despesa nos custos intermédios é correcto, tornar mais transparente o sistema de concursos, etc, também, agora, reduzir despesa numa perpectiva social, isto é, baixar reformas ( que numa maioria são miseräveis ), retirar comparticipações no SNS aos mais frageis, etc, não me parece correcto. Resta assim, a redução do defice por via do encaixe resultante de impostos e aqui, há duas vias: ou sobrecarga sobre quem sempre e continua a contribuir ou, numa outra via, um combate mais intenso à fuga e evasão fiscal.
    Como muitos parecem tentar fazer crer ( aos mais distraídos claro ), reduzir defice por esta via significa mais impostos, ora, não quer dizer que seja bem assim. Da esquerda à direita ( honra seja feita ) tem havido nos ultimos anos um aumento e uma preocupação maior em combater a economia paralela ( fuga aos impostos )cujo valor se situa nas dezenas de biliões de euros. A titulo de exemplo, recordo-me de ler aqui comentários sobre a ” ridicula”, como muitos chamaram, cobrança de impostos aos vendedores de bola de berlim na praia. Pois é, há é muita gente neste país a vender a “bolinha de berlim” e fatura, por dia, 1000€, sim, leram bem, 1000€/DIA o que significa que muito estupidinho que criticou o governo e as finanças pela iniciativa se calhar ganha 530€/MES E AINDA PAGA IMPOSTOS SOBRE ESSE VALOR. Ora se quem ganha uns miseráveis 530€/mes paga impostos, porque carga de água os “coitadinhos” que vendem bolas na praia faturam 1000€ por DIA, não pagam nada de imposto (já pra não falar nas contribuições oriundas do trabalho para a Seg. Social)? Como este exemplo há muitos outros, vai desde o gajo das obras, à oficina, à feirante, etc, etc.
    Portanto, o que me parece é que alguma gente se incomoda com bons resultados.

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