Debandada na direção da Raríssimas. Santa Casa “fecha torneira” de ajuda financeira

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Ministério da Saúde

Entrada da Casa dos Marcos.

Dos cinco membros da direção da Raríssimas, apenas sobre a presidente. A associação perdeu o apoio financeiro da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Tudo começou quando em dezembro de 2017 se descobriu que a então presidente da associação Raríssimas, Paula Brito e Costa, estaria a usar dinheiro da instituição para levar uma vida de luxo.

A Raríssimas é uma instituição criada para apoiar cidadãos portadores de doenças raras e deficiências mentais, que vive de donativos e de subsídios do Estado.

Em causa estavam mapas de deslocações fictícias, a compra de vestidos de alta costura, gastos pessoais em supermercados, o leasing de uma viatura BMW de alta cilindrada e o pagamento de viagens ao estrangeiro. Paula Brito e Costa viria a demitir-se do cargo, com Maria Júlia Cardoso a sucedê-la.

O cenário pouco mudou deste há cerca de cinco anos. Dos cinco membros da direção, apenas a presidente se mantém em funções.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que entre 2018 e 2021 apoiou a Casa dos Marcos — a mais importante estrutura da Raríssimas — com cerca de 2,8 milhões de euros, acabou com a ajuda financeira, escreve o Público.

Em causa está o facto da atual direção ser “contrária à intervenção da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa naquela instituição”.

A Santa Casa  tinha aceitado ajudar financeiramente a Raríssimas em 2018, para “salvar” a instituição, depois de muitos mecenas e instituições que a apoiavam se terem afastado devido ao escândalo relacionado com Paula Brito e Costa.

Desde março, Maria Júlia Cardoso recebeu quatro cartas de demissão de membros da direção. A debandada foi comunicada pela presidente da Raríssimas no dia 20 de abril, informando a realização de “eleições parciais, no prazo de um mês”.

Em dezembro passado, vários trabalhadores da Casa dos Marcos enviaram uma carta à direção com diferentes queixas e a anunciar que iriam fazer greve.

Em causa estavam questões como o desinteresse pelos problemas da instituição, o incumprimento de compromissos assumidos, decisões consideradas autocráticas e de desrespeito ou intimidação e falta de competência para liderar a associação.

Maria Júlia Cardoso refutou todas as queixas e acusou os autores de carta de se esconderem “atrás do anonimato”. Os trabalhadores da Casa dos Marcos optaram por ocultar a sua identidade por medo represálias.

Daniel Costa, ZAP //

9 Comments

  1. É o altruísmo Tuga no seu melhor! Desde que se consiga alguma coisa: vida de luxo, protagonismo, etc., todos aparecem…

    • Corrupcao da anterior Presidente, e depois, “O cenário pouco mudou deste há cerca de cinco anos.”. Este artigo e’ uma vergonha.

      Claramente diz o que o grupinho que domina a “Santa Casa” quer. Mas mais grave ainda, e’ a asquerosa inferencia directa de que a acrual Presidente e’ culpada de corrupcao como a anterior, o que, a menos de provas, e’ pura calunia e difamacao. E no meio destes joguinhos de poder da “Santa Casa”, que importam as criancas vitimas de doencas raras, que nao tem mais ninguem que as apoie?

      Que “Santa” que e’ esta Casa: a menos que controle quem esteja na Direccao da Rarissimas, que se lixem as criancas. Isto, e’ que e’ a unica coisa que se infere desta “noticia”.

      • Pois, não sei. Não conheço.
        Mas há factos, e o que escrevi nem procurava visar a presidente. Explicando:
        1- ebtre alguns dos notáveis provedores da SCML nos últimos anos, estiveram Maria José Nogueira Pinto e Santana Lopes. Senhores da política. Na mina terra e nos arredores é o mesmo. Um poleiro dourado para relançamento de carreiras quando se tem influência partidária.
        2-Se sairam 4 membros da direcção, ou esses não estão imbuídos do mesmo altruísmo, ou a presidente (que na altura me pareceu séria) não o é!
        3-A SCML e outras congéneres têm grande relevância. Mas é bom lembrar de onde vem o financiamento. Directamente do OE e indirectamente do monopólio dos jogos de azar…
        4-Em todo o caso o seu comentário toca na ferida. E as crianças cuja vida é já tão difícil? Alguém pensa nelas,?

      • Caro Skylander, resulta desta “noticia” que o “crime” desta Presidente e’, “ser contraria” a’ “Santa” Casa, assim o dizem eles proprios. Como tal, e porque concordo com a sua apreciacao sobre as “personalidades” que dominam esta “Santa” Casa, nao ha’ duvidas sobre o objectivo desta manobra: queimar as hipoteses de a actual Presidente conseguir financiamento alternativo, e como tal e’ um golpe para tomar o controle. Uma vez que se somam insinuacao explicita de corrupcao, sem qualquer prova, nem sequer alegacao, isto e’ nojice pura.

        De resto, como escreveu ja aqui alguem, devia ser o estado a pagar para cuidar destas criancas, e esse dinheiro ser sujeito ao escrutinio publico, em vez de passar por estas mafias.

        ja sobre a saida de membros da direccao, aguardo que eles se expliquem, mas pelo que aqui se ve, nao admira: e’ preciso ter muito estomago para enfrentar estas pressoes das “santas” casas, e resolver o embroglio causado pela anterior presidente. O que e’ de admirar, e’ que ainda exista quem se disponha a isso.

        Suponha que a actual Presidente e’ Mae de uma dstas criancas, e que dada a demissao vergonhosa do estado, so’ pode defender o futuro da sua crianca, pondo a rarissimas a funcionar, longe das mafias?

        ate’ prova em contrario, essa e’ a motivacao que vejo, tudo o resto e’ pouca vergonha desses politicos que refere e mafias associadas.

    • Caríssimo.
      Poderia dizer-lhe alguma outra coisa desse dito altruismo, e no que concerne a Timor, mas como vê isso já foi há uma imensidão de tempo e já saiu de antena.
      Agora saber que 1/3 do orçamento do estado é gerido por IPSS e fundações e que o controlo é inexistente isso é que me deixa mais preocupado.
      Eu comprendo o altruismo e existem exemplos raros desse espírito, mas só para abrir, seria engraçado ver quantos anos os altruistas estão à frente das IPSS e fundações, dava logo uma ideia da coisa.
      Depois, bastava associar a quantos familiares trabalham nas ditas fundações e IPSS.
      Já nem falo no controlo do dinheiro e dos gastos, enfim

      • Pois, era precisamente a este tipo de coisas que aludia, ainda que partindo de uma premissa diferente: 4 saíram, só ficou a presidente. Não sei se é um terço do orçamento do Estado. Não sei se é o caso aqui. Mas também conheço casos. E sei como é… Perpetuam-se, colocam os filhos, primos, irmãos, marido, mulher, etc. É o caciquismo, o nepotismo, etc..

  2. “O cenário pouco mudou deste há cerca de cinco anos.”. Este artigo e’ uma vergonha. Claramente diz o que o grupinho que domina a “Santa Casa” quer, e nem se da’ ao trabalho de dar a voz a quem agarrou na Direccao, depois na debandada. Mas Mias grave ainda, e’ a asquerosa inferencia directa de que a acrual Presidente e’ culpada de corrupcao como a anterior, o que, a menos de provas, e’ pura calunia e difamacao. E sem ouvir a actual presidente, ainda menos credibilidade tem . E no meio destes joguinhos, que importam as criancas vitimas de doencas raras, que nao tem mais ninguem que as apoie?

    Que “Santa” que e’ esta Casa: a menos que controle quem esteja na Direccao da Rarissimas, que se lixem as criancas.

  3. Corrupcao da anterior Presidente, e depois, “O cenário pouco mudou deste há cerca de cinco anos.”. Este artigo e’ uma vergonha.

    Claramente diz o que o grupinho que domina a “Santa Casa” quer. Mas mais grave ainda, e’ a asquerosa inferencia directa de que a acrual Presidente e’ culpada de corrupcao como a anterior, o que, a menos de provas, e’ pura calunia e difamacao. E no meio destes joguinhos de poder da “Santa Casa”, que importam as criancas vitimas de doencas raras, que nao tem mais ninguem que as apoie?

    Que “Santa” que e’ esta Casa: a menos que controle quem esteja na Direccao da Rarissimas, que se lixem as criancas. Isto, e’ que e’ a unica coisa que se infere desta “noticia”.

  4. É ir para lá o Vieira da Silva. Agora que até já está reformado pode ajudar numa instituição que já ajudou no passado.

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