Missão DART foi lançada para, propositadamente, desviar de um asteróide para proteger a Terra.
Estávamos em Novembro de 2021 quando a missão Double Asteroid Redirection Test (DART) foi lançada.
O objectivo da nave espacial, de 610kg, era claro: atingir um asteróide, o Dimorphos, para perceber se o choque pode alterar a trajectória do corpo celeste.
Há cerca de dois meses, a NASA confirmou: a DART conseguira, pela primeira vez, alterar a trajectória do Dimorphos e empurrá-lo para fora da sua órbita natural.
“Todos temos a responsabilidade de proteger o nosso planeta de origem. Afinal, é o único que temos”, declarou na altura Bill Nelson, administrador da NASA.
A DART tinha como alvos o Dimorphos, um satélite natural do Didymos. O Dimorphos tem 163 menos e é bem menor do que o maior dos dois asteróides, o Didymos (780 metros de diâmetro).
A ideia da NASA é proteger a Terra mas nem o Dimorphos, nem o Didymos, representam qualquer ameaça ao nosso planeta. A proximidade de ambos é que levou a que estes dois asteróides fossem os alvos neste teste.
Agora sabe-se que essa protecção teve uma consequência espacial: a nave espalhou 1.000 toneladas de rocha pelo Espaço.
Esta consequência deverá ajudar a NASA a recolher mais informações sobre o estudo desse tipo de material.
A BBC relata que a força transferida para o Dimorphos foi 3,6 vezes maior do que se a nave tivesse sido absorvida pelo asteróide (e se não ejectasse qualquer material).
“Se explodires o material um pouco fora do alvo, haverá uma força de recuo. O resultado dessa força de recuo é que colocas mais impulso no alvo e acabas com uma deflexão maior”, explicou Andy Cheng, cientista da missão e do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins.
“Se estás a salvar a Terra, isso faz uma grande diferença”, concluiu o especialista: essa força de recuo permite ter mais tempo para montar uma defesa e reduzi o tamanho do projéctil necessário.
O Teste de Redirecionamento de Asteróide Duplo ocorreu a cerca de 11 milhões de quilómetros da Terra.
O engenho da NASA (do tamanho de um frigorífico) chocou com o Dimorphos a 22 mil quilómetros por hora – e obviamente ficou destruído devido a esse impacto.
Agora há o equivalente a seis comboios preenchidos com rochas a serem estudadas; e o número pode ser o dobro ou 10 vezes maior, segundo algumas estimativas.
Os telescópios continuam a seguir os detritos – que se afastam até dezenas de milhares de quilómetros da zona do impacto.
Em relação ao Dimorphos, não fez grande (nem pequena) diferença: a massa total do asteróide é de 5 milhões de toneladas. Ou seja, 5 mil vezes mais do que foi espalhado.
Este sistema Didymos, relevaram os estudos da NASA, é semelhante ao meteorito que cai na Terra com frequência: o condrito.