Missão DART. Nave espacial da NASA vai chocar contra um asteróide (de propósito)

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NASA / Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory

Representação artística da nave espacial DART a aproximar-se de Dimorphos

Representação artística da nave espacial DART a aproximar-se de Dimorphos

A missão Double Asteroid Redirection Test (DART) começa na madrugada desta quarta-feira, pelas 06h01 (hora de Portugal continental).

Uma nave espacial da NASA vai atingir um asteróide no final de setembro de 2022, numa missão cujo objetivo é perceber se o choque pode alterar a trajetória do corpo celeste.

No fundo, a missão DART é uma tentativa de praticar as tecnologias de defesa planetária antes de precisarmos de as utilizar.

A nave espacial, de 610kg, vai descolar da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, a bordo de um foguete SpaceX Falcon 9, por volta das 06h01. Caso ocorra algum imprevisto, a equipa tentará de novo no dia seguinte.

O alvo é o sistema Didymos, composto pelo Dimorphos, um asteróide “lunar” de 163 metros que orbita em torno de um asteróide de 780 metros, chamado Didymos.

Citado pelo Space, o cientista do programa DART Tom Statler disse aos jornalistas que a missão é “bastante simples”, na medida em que transporta apenas um instrumento – a câmara Didymos Reconnaissance and Asteroid Camera for Op-nav (DRACO).

Além de captar a presença dos dois corpos no Espaço, o instrumento vai também servir para orientar o sistema de navegação autónomo da DART.

Colisão propositada

A missão quer provar que uma nave espacial pode navegar autonomamente para um asteróide e colidir intencionalmente com ele. A DART vai ser a primeira demonstração tecnológica desta estratégia.

O plano da agência espacial norte-americana é chocar a aeronave no Dimorphos num momento em que os asteróides se encontram a uma distância de 11 milhões de quilómetros do nosso planeta – o que deverá acontecer entre os dias 26 de setembro de 1 de outubro do próximo ano.

A expectativa dos astrónomos é que este impacto mude a velocidade do asteróide mais pequeno em 1%, alterando o período orbital em torno do asteróide maior em vários minutos.

A colisão vai transferir energia cinética da nave para a rocha espacial, “empurrando-a” para mais perto de Didymos. No fim do processo, Dimorphos orbitará o seu “irmão” pelo menos 73 segundos mais depressa do que antes do impacto.

Apesar de este sistema não representar uma ameaça para o nosso planeta, a sua proximidade torna-o um candidato preferencial para testar uma técnica que poderia, no futuro, vir a impedir que um asteróide perigoso atinja a Terra.

“Este é o primeiro passo para testar uma forma de prevenir o impacto de objetos próximos à Terra”, disse Jay Tate, diretor do Centro Nacional de Informações de Objetos Próximos à Terra em Knighton, País de Gales.

“Se funcionar, seria algo grande, porque provaria que temos capacidade técnica para nos proteger”, acrescentou, citado pelo The Guardian.

A Terra está constantemente a ser bombardeada por asteróides, mas a grande maioria desaparece muito antes de atingir o solo. A missão serve para evitar que, no futuro, a Humanidade seja extinta da mesma forma que os dinossauros.

ZAP //

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2 Comments

  1. Ou poderá mesmo alterar (inadvertidamente) a sua trajectória para este ir de encontro à terra.
    Chama-se a isso “Pior a emenda que o soneto).

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