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Cuba está a criar o seu próprio smartphone (e conta com a ajuda da Huawei)

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O Governo cubano está a trabalhar na produção de um novo smartphone, que terá um sistema operativo original e conta com a ajuda da empresa chinesa Huawei.

De acordo com a revista Vice, o projeto é parte da tentativa de Cuba de acompanhar a revolução tecnológica, embora nos seus próprios termos, o que leva à seguinte questão: Será que os próprios cubanos vão querer este smartphone?

Para começar, a ideia de eventualmente criar um sistema operativo original significa que os seus utilizadores não poderão usar aplicações estrangeiras, como o Facebook ou o Instagram, uma vez que não serão compatíveis.

“Existe definitivamente talento para fazer um bom telemóvel. Acho que as pessoas estarão dispostas a experimentá-lo, mas as notícias também vão correr depressa se for uma porcaria”, disse à mesma publicação Michaelanne Thomas, que investiga a Internet cubana na Universidade do Michigan, nos Estados Unidos.

Além disso, também há a possibilidade de este aparelho dar ao Governo uma nova forma de vigiar a população. “Terão o seu próprio dispositivo, endémico da ilha. Tenho a certeza de que, nesta mesma linha, vai dar-lhes mais controlo”,  acrescenta Thomas.

No entanto, uma vez que os cubanos já esperam ser observados online através de outras formas, a preocupação de um telemóvel feito pelo Governo pode não pesar assim tanto como se poderia esperar, considera.

Segundo a mesma publicação, o projeto, que está a “marinar” desde pelo menos 2015, foi tornado público, no mês passado, através de um tweet que mostra um protótipo azul que se parece muito com um Android.

Os primeiros seis mil protótipos já estão a ser produzidos, de acordo com a empresa estatal Gedeme, mas a data oficial de lançamento ainda é incerta.

A Vice escreve ainda que Cuba recebeu os materiais necessários para a construção dos protótipos através de uma parceria com a empresa chinesa Huawei. Anteriormente, esta companhia também já tinha ajudado o país a construir o seu firewall.

“Cuba tem uma longa história de criar a sua própria tecnologia. É uma forma de mostrar ao mundo que o embargo não atrapalha o seu desenvolvimento“, explicou David Nemer, professor de estudos de media da Universidade da Virgínia.

ZAP //

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