O CDS já começou a corrida para as legislativas. Assunção Cristas apresentou esta sexta-feira à noite os nomes dos candidatos a deputados indicados pela direção e fala em 70% de renovação da lista.
“Em 20 cabeças de lista, 14 são novos”, disse ao Observador, explicando que a ideia de apresentar já as listas do CDS às legislativas é para mostrar como o CDS está “um passo à frente”. “Não vamos estar aqui a marcar passo”, garante.
O Conselho Nacional do partido reuniu-se esta sexta-feira para aprovar os nomes indicados na quota nacional de Assunção Cristas. A partir de agora já são conhecidos todos os cabeças de lista do CDS (à exceção dos círculos da Madeira e dos Açores), assim como os cinco nomes que se seguem em Lisboa e os três do Porto, que são os lugares elegíveis dos centristas. Os restantes nomes serão indicados brevemente pelas respetivas distritais.
Ao Observador, a líder do CDS recusa-se a “estabelecer metas” para as legislativas, mas acredita que o CDS pode ir para lá dos atuais 18 deputados.
Entre as novidades, estão o líder da Juventude Popular, Francisco Rodrigues dos Santos, o secretário-geral do CDS, Pedro Morais Soares, os ex-jornalistas Raquel Abecasis e Sebastião Bugalho, o chefe de gabinete de Cristas, Rui Lopes da Silva, ou Gonçalo Nuno Santos, histórico militante do PSD Madeira que esta semana se desvinculou do PSD para encabeçar a lista do CDS pelo círculo Fora da Europa.
Entre os escolhidos de Cristas, nove são já deputados e 11 são estreias. “Estamos a falar de uma taxa de inovação de 70%”, diz Cristas, não contando com aqueles que, como ela, transitam de um círculo eleitoral para outro.
Segundo a líder do CDS, a direção fez a sua parte no que ao compromisso de conjugar renovação com experiência e continuidade diz respeito, havendo ainda uma “perspetiva de crescimento grande” entre o resto dos nomes que serão indicados pelas distritais. “Quero crescer”, afirma.
Sem surpresas, a encabeçar a lista de Lisboa vai a líder do CDS, Assunção Cristas. Segue-se a atual deputada Ana Rita Bessa, uma aposta pessoal de Assunção Cristas que já a nomeou diretora de campanha para as legislativas, e João Gonçalves Pereira em terceiro lugar. Sendo João Gonçalves Pereira líder da distrital de Lisboa, e entrando desta forma na quota nacional da direção, Cristas ganha assim a possibilidade de nomear um sexto lugar nesta lista.
Nas últimas eleições, em 2015, o CDS elegeu cinco deputados em Lisboa, porque ia em coligação com o PSD. Nas eleições anteriores, em 2011, tinha elegido sete.
O Porto era o distrito mais complicado. Cecília Meireles, vice-presidente de Cristas, encabeçava uma lista, mas foi derrotada pelos críticos da direção nacional. A lista vencedora foi a de Fernando Barbosa, eleito com a bandeira da possibilidade de ser o Porto a escolher os candidatos a deputados do CDS por aquele distrito.
Cristas tinha sido mandata pelo Conselho Nacional para designar os três primeiros nomes do Porto: Cecília Meireles aparece assim como cabeça de lista e Francisco Rodrigues dos Santos, líder da Juventude Popular, como número dois. Em troca, Fernando Barbosa vai em terceiro lugar, ainda na quota nacional, e em quarto aparece a líder da concelhia do Porto, Isabel Menéres Campos, advogada e professora universitária.
Em 2015, pela coligação Portugal à Frente, o CDS elegeu três deputados no Porto, sendo que em 2011, quando concorreu sozinho, tinha elegido quatro.
Ficou livre o lugar de cabeça de lista em Leiria, que vai ser ocupado por Raquel Abecasis, ex-jornalista da Rádio Renascença. Para Faro, com a saída de Teresa Caeiro, entra o atual deputado João Rebelo.
O lugar de cabeça de lista em Viana do Castelo, que em 2015 foi liderada por Abel Batista, fica para Filipe Anacoreta Correia. Patrícia Fonseca passa a encabeçar Santarém. Estes são distritos onde o CDS habitualmente só elege um deputado.
Para Coimbra, distrito onde o CDS não elegeu ninguém, entra Rui Lopes da Silva, ex-jornalista da RTP.
Os cabeças de lista por Aveiro, Setúbal, Viseu e Braga são os mesmos das últimas eleições: João Almeida, Nuno Magalhães, Hélder Amaral e Telmo Correia, respetivamente. Em Aveiro e Braga, o CDS elege por norma mais do que um deputado, sendo que cabe às distritais apresentarem a sua proposta.
Pelo círculo Fora da Europa, o CDS vai contar com um dissidente do PSD: Gonçalo Nuno Santos, histórico militante do PSD Madeira. Para o círculo da Europa, o CDS foi buscar Melissa da Silva, uma jovem filha de emigrantes que tem uma forte presença na comunidade portuguesa em Paris.
Em Beja, Bragança, Castelo Branco, Évora, Portalegre e Vila Real o CDS não tem a tradição de conseguir eleger deputados. Os cabeça de lista são Inês Palma Teixeira (Beja), Nuno Moreira, filho de Adriano Moreira (Bragança), Assunção Vaz Pato (Castelo Branco), Paulo Pessoa Carvalho (Évora), Henrique Monteiro (Guarda), José Manuel Rato Nunes (Portalegre) e Patrick Alves (Vila Real).
ZAP // Lusa