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Crise política em Itália. Renzi mantém coligação no poder sob ameaça

worldeconomicforum / Flickr

Giuseppe Conte, primeiro-ministro de Itália

Prevista para esta sexta-feira, a reunião de Conselho de Ministros em Itália deverá começar a desenlaçar a situação política no país, com o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, tendo oferecido o que considera aceitável para garantir o apoio do pequeno partido de Matteo Renzi, que integra a maioria.

Segundo noticiou na quinta-feira o Público, dificilmente estas divergências terminarão em eleições, uma solução que nenhum dos partidos da coligação no poder deseja e que poderia voltar a colocar no Governo Matteo Salvini.

Um dia depois de Conte anunciar alterações para usar o fundo de recuperação europeu e relançar a economia, exigências de Renzi, este deverá optar entre manter o apoio à coligação (Partido Democrático, Movimento 5 Estrelas e o seu IV) ou cumprir a ameaça de demissão dos dois ministros do seu partido.

“Haverá mais dinheiro para a saúde, os jovens, o terceiro sector, creches, pessoas com deficiência”, declarou Conte no Facebook, apontando ainda uma remodelação para um “fortalecimento da equipa de Governo”. A ideia é mudar dois ministros e acrescentar três vice-presidentes do Conselho, conseguindo o apoio do PD e do M5E.

De acordo com o Corriere della Sera, Conte ofereceu tudo o que podia para mostrar que “se Renzi não desistir de abrir a crise mesmo diante de um plano de recuperação que incorpore todas ou quase todas as suas críticas, o seu verdadeiro objetivo são os lugares” e não o interesse de Itália.

“Ele faz isto para poder dizer: eu dei muito, se não é suficiente significa que ele decidiu deitar abaixo o Governo de qualquer forma”, escreveu o Repubblica.

Especialistas políticos italianos defendem que Renzi provocou esta crise para ganhar espaço de manobra no interior da maioria. Mas as sondagens dizem que Conte teria 15% se formasse o seu próprio partido, tendo 70% de popularidade em abril e mantendo-se nos 60% grande parte do ano.

“Não me parece que a ideia de expulsar do Palácio Chiggi o homem mais popular do país para fazer um favor ao menos popular possa passar pela cabeça de ninguém”, afirmou na quarta-feira ao Repubblica o ex-primeiro-ministro Massimo D’Alema.

Caso tenha que ir a eleições, Conte pode decidir enfrentar Renzi no Senado, incitando-o a “assumir a responsabilidade de abrir a crise, com 20 mil infetados por dia, centenas de morte e os 209 mil milhões” para investir, acrescentou o diário.

Taísa Pagno //

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