A autodenominada “criptorainha” roubou 4 mil milhões de dólares a investidores com a OneCoin, uma criptomoeda que prometia destronar a Bitcoin, mas que não passava de uma “moeda de lixo”.
Ruja Ignatova é uma empresária búlgara que fundou a OneCoin, uma empresa de criptomoedas que foi acusada ser um esquema em pirâmide.
A empresa vendeu “tokens” digitais a investidores, alegando que seriam uma criptomoeda legítima. No entanto, as autoridades acusam a empresa de não ter uma base real de ativos e de usar as contribuições de novos investidores para pagar ganhos aos investidores anteriores.
Em 2017, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos dos EUA processou a OneCoin e a sua proprietária, autodenominada de “criptorainha”, por fraude. Em 2019, Ignatova foi acusada de fraude, lavagem de dinheiro e outros crimes relacionados com a OneCoin.
Em comunicado, o FBI declarou recentemente que a OneCoin era uma criptomoeda comercializada de forma fraudulenta, tendo burlado 4 mil milhões de dólares de investidores.
Karl Sebastian Greenwood, cofundador da empresa, declarou-se culpado das acusações de fraude e lavagem de dinheiro. Por sua vez, Ruja Ignatova está desaparecida desde 2017 e está entre os 10 fugitivos mais procurados pelo FBI.
Quando apresentou a OneCoin ao mundo, em 2016, as criptomoedas não eram tão conhecidas como hoje. Na altura, a OneCoin surgiu como rival da famosa Bitcoin.
A OneCoin prometia aos investidores um retorno financeiro de cinco a dez vezes o valor dos seus investimentos, sendo até apontada como uma “assassina de Bitcoin”, recorda o Interesting Engineering.
“Dentro de dois anos, ninguém mais falará da Bitcoin”, disse a búlgara. A realidade foi bem diferente. A Bitcoin continua bem presente, ao contrário da “criptorainha”, que em 2017 entrou num avião em Sófia, na Bulgária, e nunca mais foi vista desde então — assim como o dinheiro de quem investiu na criptomoeda.
“Ignatova serviu como a principal líder da OneCoin até outubro de 2017. Em 25 de outubro de 2017, Ignatova viajou de Sófia, Bulgária, para Atenas, Grécia, e pode ter viajado para outro lugar depois disso. Ela pode viajar com um passaporte alemão para os Emirados Árabes Unidos, Bulgária, Alemanha, Rússia, Grécia e/ou Europa Oriental”, detalha o FBI, que oferece 100 mil dólares em troca de informações que possam levar à sua detenção.
Enquanto ainda trabalhavam no conceito da criptomoeda, os fundadores da OneCoin referiam-se a ela nos seus emails como uma “moeda de lixo”. Greenwood disse que os investidores eram “idiotas” e “loucos” em correspondência trocada com o irmão da “criptorainha”, Konstantin Ignatov, que também fez parte da operação.
Greenwood e Ignatov estavam a manipular o preço da moeda e a simular a sua volatilidade para aumentar a confiança dos investidores. A certa altura, a OneCoin chegou a passar de 54 cêntimos para 32,56 dólares sem descer de valor uma única vez.
Ao contrário de outras criptomoedas que usam blockchain para manter as transações seguras, a OneCoin nunca o fez.
De acordo com o FBI, já em 2014, Ignatova tinha discutido com Greenwood uma “estratégia de fuga” para OneCoin, onde a fundadora pegaria no dinheiro e escaparia.
“Na realidade, OneCoins eram totalmente inúteis”, detalha o FBI, citado pela CNN. “As mentiras foram projetadas com um objetivo: fazer com que as pessoas comuns de todo o mundo se desfaçam do seu dinheiro”.
Lixo, tal como todas as criptomoedas… triste de quem acredita e não sai a tempo…