Viram as suas casas destruídas e testemunharam assassinatos. Se alguém diz algo que recupera uma memória traumática…
Passaram mais de dois anos e a adaptação a uma vida nova na Ucrânia continua a ser complicada. Muitas vezes, como noutros casos, são as crianças que sofrem mais.
Os mais pequenos passaram por momentos assustadores, imagens que nunca mais vão apagar. Por maus motivos.
E isso mexe com o seu comportamento na escola: “As crianças viram as suas casas destruídas e testemunharam assassinatos. Isto tem influenciado o processo de aprendizagem“.
A descrição é de Anastasia Pantelei, assistente social em Sukachi.
Anastasia destacou no canal Euronews um aspecto importante: qualquer momento normal do dia-a-dia pode fazer logo lembrar algo relacionado com a guerra.
“Quando alguém diz algo que traz de volta uma determinada memória pode desencadear uma reacção emocional – e esse é o maior problema”, avisou.
As crianças naquela escola em Sukachi passaram a ter apoio psicológico para abordar os traumas causados pela guerra.
Há mesmo maior atenção ao tratamento individual. De todas, salientou a professora Svitlana Vasulivna.
“Isto porque, de qualquer forma, as crianças, tal como nós adultos, manifestam uma variedade de emoções. No início, podem ser suportadas, mas, com o passar do tempo, vão-se manifestando: depressão, falta de vontade. As crianças são iguais, só que reagem de forma diferente. A verdadeira dificuldade aqui é garantir um ambiente educativo seguro e saudável”.
Algumas das aulas nas escolas são para ensinar como…detectar minas e evitá-las. Grande parte do território da Ucrânia ainda tem minas escondidas.