Crianças raptadas por jihadista voltaram da Síria com ajuda de Roger Waters

Alterna2, http://www.alterna2.com / wikimedia

Roger Waters, um dos fundadores dos Pink Floyd

Dois rapazes que foram raptados pelo pai, um jihadista do grupo terrorista Estado Islâmico, foram resgatados da Síria pela mãe com a ajuda de Roger Waters, o fundador dos Pink Floyd, que financiou o processo e cedeu o seu jacto privado para as viagens.

Foi em 2014 que Mahmud e Ayyub, de 11 e 7 anos de idade, foram levados pelo pai  de Trinidade e Tobago, de onde são naturais, para a Síria, onde viveram nos últimos anos no reduto do Estado Islâmico ao lado da madrasta, uma mulher belga que também se radicalizou.

Quando o pai morreu em combate e a coligação de forças internacionais atacou Raqqa, que foi o bastião do grupo terrorista na Síria, os dois rapazes fugiram com a madrasta. Mas, entretanto, foram encontrados sozinhos na berma de uma estrada pelas forças cordas sírias.

Mahmud e Ayyub ficaram alojados num acampamento com outros familiares de jihadistas falecidos ou capturados.

A vida dos dois jovens mudou quando o jornal britânico The Guardian divulgou a sua história. Roger Waters leu o artigo e pôs mãos à obra para ajudar, contactando a organização internacional Reprieve que se dedica a auxiliar pessoas vítimas de tortura e de riscos e agressões várias.

O fundador dos Pink Floyd financiou o resgate dos jovens, pagando todos os custos do processo, e cedeu o seu jacto privado para que a mãe deles, Felicia Perkins-Ferreira, natural de Trinidade e Tobago, viajasse para a Síria para os ir buscar.

Felicia conseguiu passar a fronteira do Iraque com os filhos, e ficaram alojados num hotel de luxo em Erbil, a capital do Curdistão Iraquiano. De seguida, rumaram a Zurique, na Suíça, numa escala antes de chegarem a Londres, no Reino Unido, onde vão ser acompanhados num programa de reabilitação para vítimas, antes de voltarem a casa em Trinidade.

“Foi a primeira vez que dormi como deve ser em quatro anos“, contou a mãe das crianças ao The Guardian. “Muitas vezes, não comia durante dias a pensar: ‘Se eles não estão a comer porque devo eu fazê-lo?’”, relata ainda Felicia.

A mulher diz-se “muito, muito grata” a todos os que a ajudaram a recuperar os filhos.

ZAP //

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