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Refugiados: criminosos aproveitam crianças sozinhas para tráfico humano

Muitas crianças chegam à fronteira sem familiares e sem documentos. Portugueses querem receber crianças refugiadas em casa.

O anúncio “particularmente chocante” foi dado pela UNICEF, na semana passada: praticamente por cada segundo que passa, há uma criança que deixa a Ucrânia, para fugir da guerra. Uma média de 55 crianças por minuto que se tornam refugiadas.

Desde o dia 24 de Fevereiro, o dia em que a Rússia começou a invadir a Ucrânia, muitas crianças já morreram ou ficaram feridas em solo ucraniano. E mais de 1.5 milhão de crianças deixaram o país.

“Olhando de outra forma para estas estatísticas, em média, diariamente mais de 75 mil crianças passam a ser refugiadas. Todos os dias”, reforçou o porta-voz da organização, James Elder.

É a maior crise de refugiados desde a II Guerra Mundial, há cerca de 80 anos. E não apresenta tendência de abrandamento.

E o comunicado da UNICEF deixa outro alerta, em relação às crianças, que não é menos assustador: além do risco (muito provável) de ficarem separadas dos seus familiares, as crianças refugiadas ficam em risco de serem vítimas de violência, de exploração sexual e de tráfico humano.

Entre a pressa de fugir, e a compreensível desorganização, muitas crianças chegam sozinhas e sem documentos às fronteiras. Facilmente passam a ser alvos de redes criminosas ligadas a tráfico de seres humanos – e os criminosos estarão a circular à vontade em zonas de fronteira com a Ucrânia.

Portugueses querem receber crianças em casa

Ainda há aproximadamente 100 mil crianças em instituições de acolhimento na Ucrânia, comentou Filipa Morais, directora da angariação de fundos da Aldeia das Crianças SOS Portugal.

Em entrevista à CNN Portugal, Filipa lamentou: “Aquelas crianças correm um risco enorme. A probabilidade de serem retiradas é muito baixa. Há crianças a serem abandonadas. Há muitas crianças que chegam à fronteira sem documentos”.

Ao mesmo canal, a Aldeias de Crianças SOS Portugal e a Cruz Vermelha Portuguesa contam que muitas famílias portuguesas já perguntaram como podem receber crianças refugiadas nas suas casas.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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