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Milhares de crianças migrantes sob custódia dos EUA terão sido vítimas de abusos sexuais

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Mohammed Saber / EPA

Nos últimos quatro anos, milhares de denúncias de abusos sexuais contra menores desacompanhados, sob a custódia dos EUA, foram reportados ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos.

Esta terça-feira, o democrata Ted Deutch denunciou que o Departamento de Saúde e Serviços Humanos norte-americano (HHS) recebeu milhares de queixas de abuso sexual, assédio ou conduta sexual inapropriada contra menores desacompanhados na fronteira dos Estados Unidos com o México.

Segundo a documentação da HHS, foram reportados milhares de relatos nos últimos quatro anos contra menores desacompanhados, sob a custódia do Governo norte-americano. De outubro de 2014 a julho de 2018, o gabinete responsável por reencaminhar os refugiados recebeu 4.556 queixas deste tipo.

Além disso, avança o Observador, nesse mesmo período, o Departamento de Justiça recebeu 1.303 queixas, 178 das quais referentes a alegados abusos sexuais cometidos por funcionários. Contudo, não é ainda claro se as queixas remetidas aos HHS e ao Departamento de Justiça resultam de uma duplicação de dados.

Os documentos dão conta de denúncias feitas ao departamento de Justiça contra funcionários acusados de manter relações sexuais com menores, contacto sexual não desejados ou ainda de mostrar vídeos pornográficos a crianças e adolescentes.

À NBC News, Deutch afirmou que “estes documentos do HHS detalham uma quantidade alarmante de agressões sexuais contra crianças não acompanhadas sob a sua custódia”. Além disso, referiu ainda que estes dados realçam o “ambiente inseguro”, marcado por agressões sexuais cometidas, inclusivamente, por alguns funcionários.

“É claro que esta administração não está preparada para manter estas crianças em segurança”, atirou o democrata Ted Deutch.

Em resposta, a porta-voz do HHS, Caitlin Oakley, afirmou que a segurança dos menores desacompanhados é a “principal preocupação” do departamento.

“Estas são crianças vulneráveis em circunstâncias difíceis e o OOR [Office of Refugee Resettlement] compreende inteiramente que é da sua responsabilidade garantir que cada criança seja tratada com o máximo cuidado. Quando quaisquer alegações de abuso, abuso sexual ou negligência são feitas, elas são levadas a sério e o ORR age rapidamente de modo a investigar e responder”, afirmou.

ZAP //

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