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Crianças estão a usar refrigerantes para falsificar testes à covid-19

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Tiago petinga / Lusa

Crianças estão a usar as propriedades químicas dos refrigerantes para falsificar testes à covid-19. A acidez dos sumos afeta a eficácia dos testes, causando um resultado positivo — o que dá direito a faltar às aulas.

As crianças vão sempre encontrar formas astutas de faltar à escola, e o último truque é falsificar um teste positivo à covid-19 usando refrigerantes.

Então, como é que sumos de frutas, refrigerantes e crianças desonestas estão a enganar os testes? E há forma de diferenciar um resultado positivo falso de um verdadeiro? Mark Lorch, professor de Química na Universidade de Hull, procurou a resposta, e revelou as suas conclusões no The Conversation.

Primeiro, o investigador abriu garrafas de coca-cola e sumo de laranja e colocou algumas gotas diretamente nos Lateral Flow Tests (LFT), testes rápido de antigénio. Alguns minutos depois, duas linhas apareceram em cada teste, supostamente indicando a presença do vírus que causa a covid-19.

Como é que os refrigerantes fazem isto? Uma possibilidade é que as bebidas contenham algo que os anticorpos reconheçam e se liguem, assim como fazem com o vírus. Mas isso é bastante improvável.

O motivo pelo qual os anticorpos são usados em testes como estes é que eles são extremamente exigentes quanto aos compostos a que se ligam.

Os anticorpos são proteínas, que são compostas de blocos de construção de aminoácidos, ligados entre si para formar longas cadeias lineares. Essas cadeias dobram-se em estruturas muito específicas. Mesmo uma pequena mudança nas cadeias pode ter um impacto dramático no funcionamento de uma proteína.

Tendo isto em conta, não é normal que os anticorpos que reajam aos ingredientes de um refrigerante.

Uma explicação muito mais provável é que algo nas bebidas esteja a afetar o funcionamento dos anticorpos. Uma variedade de fluidos, de sumo de fruta a coca-cola, tem sido usada para enganar os testes, mas todos têm uma coisa em comum — são altamente ácidos.

O ácido cítrico no sumo de laranja, o ácido fosfórico na coca-cola e o ácido málico no sumo de maçã dão a essas bebidas um pH entre 2,5 e 4. Essas são condições bastante adversas para os anticorpos, que evoluíram para atuar amplamente na corrente sanguínea, com o seu pH quase neutro de cerca de 7,4.

Manter um pH ideal para os anticorpos é a chave para o funcionamento correto do teste, e esse é o trabalho da solução tampão líquida com a qual se mistura a amostra fornecida com o teste. Se misturarmos cola com a solução, os LFTs comportam-se exatamente como se esperaria: negativo para covid-19.

Mas, sem a solução tampão, os anticorpos no teste são totalmente expostos ao pH ácido das bebidas — e isso tem um efeito dramático na sua estrutura e função, alterando o resultado do teste para positivo.

Crianças a fingir sintomas para fugir às aulas? Isso é tão ano passado. Este ano, o que está a dar é falsificar mesmo os testes de diagnóstico.

8 Comments

  1. O artigo tem algumas lacunas na tradução, que dificultam a compreensão. Sugiro, também, que deem algum contexto: isto está a acontecer no Reino Unido, com um tipo específico de teste covid…
    Há algum indício que já aconteceu em Portugal? Já agora, onde está o interesse educativo em divulgar esta informação?

  2. Então mas se o teste der negativo significa que não têm desculpa para faltar às aulas, portanto não percebo o interesse de adulterar o teste!
    Se fosse ao contrário aí sim percebia-se!
    Mas com a estupidez que se vê hoje em dia nos jovens já não digo nada!

    • Estás a “viajar” muito rápido… tal como refere a notícia, a ideia adulterar o teste para dar POSITIVO!
      A “estupidez que se vê hoje em dia nos jovens” é o resultado da educação e valores transmitidos pelos mais velhos…

    • A única coisa que ficou demonstrada foi a tua total falta de bom senso e de conhecimento!…
      A ignorância é mesmo muita má conselheira!..

  3. A única coisa que ficou demonstrada foi a tua total falta de bom senso e de conhecimento!…
    A ignorância é mesmo muita má conselheira!

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