Vem aí um novo Lehman Brothers? Credit Suisse pode implodir e gerar crise como a de 2008

O Credit Suisse está a dar sinais de que pode ruir. Muitos analistas acreditam que tal acontecimento poderia despoletar uma crise idêntica à de 2008.

As ações do Credit Suisse estão em queda livre e o custo para se proteger de uma falência do banco disparou para valores recorde. As ações perderam mais de metade do valor desde o início do ano.

Os investidores já temem o pior, havendo mesmo quem sugira que pode-se repetir aquilo que levou à crise económica de 2008, com a falência do Lehmon Brothers.

Recentemente, o banco tem-se visto envolvido em polémicas. Em fevereiro, uma fuga de informação mostrou que o Credit Suisse albergou mais de 100 mil milhões de euros de dinheiro sujo ao longo de várias décadas.

Violação de direitos humanos, tráfico de droga, esquemas de lavagem de dinheiro e suspeitas de corrupção. Eram estes alguns dos crimes de pessoas que, ao longo de muitos anos, guardaram o dinheiro em contas do Credit Suisse.

Apenas um mês antes, a demissão de António Horta Osório já tinha abalado o banco helvético. O português demitiu-se após ter sido tornado público que quebrou medidas de prevenção contra a covid-19 na Suíça e Reino Unido.

Durante o fim de semana, as redes sociais encheram-se de publicações sobre o banco suíço de investimento.

A página do Twitter “Wall Street Silver” avisava que o Credit Suisse “provavelmente vai falir”. Com o preço das ações a caírem de 14,90 dólares em fevereiro do ano passado para os atuais 3,90 dólares — e um price-to-book ratio de 0,22 — a página temia uma repetição de 2008.

“Credit Suisse Investment Bank pode entrar em colapso neste fim de semana. LIMITE PARA BAIXO!”, lê-se numa publicação que viralizou no Reddit.

Os credit default swaps (CDS) são um produto financeiro que funciona como contrato de seguro que protege o investidor contra o incumprimento do emitente.

Os CDS a 5 anos do Credit Suisse, escreve o ECO, já atingiram valores acima dos que registou na crise de 2008. No início desta semana, dispararam para níveis máximos de duas décadas — o custo mais do que quintuplicou desde o início do ano.

Além disso, o banco soma prejuízos de cerca de 4 mil milhões de francos suíços nos últimos três trimestres.

O RBC Capital Markets estima que o banco suíço possa precisar entre 4 e 6 mil milhões de francos suíços para financiar o plano de reestruturação e também reforçar a sua almofada contra incertezas futuras. A instituição bancária deverá apresentar um novo plano estratégico no dia 27 de outubro.

As ações do Credit Suisse continuaram a afundar mesmo depois de o CEO Ulrich Koerner ter tentado acalmar os mercados, assegurando a estabilidade financeira do banco.

Koerner tentou tranquilizar os mercados assegurando o capital e liquidez do banco, apesar de admitir que a empresa atravessa “um momento crítico”.

A conjuntura é, de facto, preocupante. O mercado mundial de ações afundou-se 9,7% em setembro e 27% desde o início do ano, segundo o índice MSCI. Rapidamente, 2022 poderá transformar-se no pior ano para as bolsas desde a crise financeira de 2008.

Daniel Costa, ZAP //

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