O Conselho Português para os Refugiados enviou uma carta aberta a Cristiano Ronaldo a pedir-lhe que vista a camisola de Miguel Duarte, o português acusado de auxílio à imigração ilegal.
O Conselho Português para os Refugiados (CPR) enviou uma carta aberta ao futebolista Cristiano Ronaldo e pediu-lhe para vestir a camisola de Miguel Duarte, o português de 26 anos constituído arguido em Itália, acusado de auxílio à imigração ilegal.
Em comunicado, o Conselho Português para os Refugiados explica que o objetivo é “incentivar o melhor jogador de futebol do mundo a mostrar a sua solidariedade com Miguel Duarte, que foi constituído arguido pelo Estado italiano por suspeita de ajuda à imigração ilegal e arrisca uma pena de 20 anos de prisão”.
Miguel Duarte é um dos 10 elementos do “Iuventa”, um navio pertencente à organização não-governamental (ONG) alemã de resgate humanitário no Mediterrâneo, Jugend Rettet, que foi investigado em Itália por alegado auxílio à imigração ilegal.
Na carta aberta, o CPR começa por lembrar que os italianos aprenderam a respeitar, a admirar e a aplaudir a camisola número 7, “uma camisola que enche todos os portugueses de orgulho” e pede a Cristiano Ronaldo que vista a camisola que acompanha a carta.
“Caro Cristiano, a camisola que te enviámos com o famoso número 7 foi inspirada na história deste ativista português e segue com um pedido: veste, literalmente, a camisola de Miguel. Se depois pudesses publicar uma foto com a camisola vestida no teu instagram, seria fantástico. Assim, quando os italianos aplaudirem alguém que idolatram, também estarão a aplaudir o Miguel e o que ele fez pelos refugiados“, pede o CPR.
Nas palavras do CPR, este é o momento certo para mostrar de forma clara que quem salva vidas não pode ser tratado como criminoso. Ficou célebre, aliás, a frase de Miguel Duarte quando confrontado com as acusações: “Quando vejo uma pessoa a morrer afogada, não pergunto se ela tem passaporte. Tiro-a da água”.
“Veste a camisola, Ronaldo. Afinal, o melhor do mundo pode ajudar a fazer o mundo melhor”, defende o CPR.
ZAP // Lusa