Conhecida como síndrome inflamatória multi-sistema em crianças, já foi identificada em alguns países do mundo, e agora em Portugal. Nos EUA há mais de mil casos e morreram 20 jovens. Segundo a RTP, em Lisboa já 8 crianças desenvolveram este síndrome, que afeta vários órgãos do corpo.
Chama-se MIS-C, o que pode ser traduzido para português para algo como “síndrome inflamatória multi-sistema em crianças”, e nos EUA há registo de 20 mortes de pessoas que desenvolveram esta síndrome desde o início da pandemia da Covid-19.
Esta síndrome afeta maioritariamente crianças e adolescentes com entre 1 e 14 anos – embora haja registo de jovens com até 20 anos que já a desenvolveram. A média de idade de quem desenvolve MIS-C nos Estados Unidos da América é de 8 anos.
Em Portugal, mais concretamente em Lisboa, também 8 crianças desenvolveram esta condição, que “leva à falência dos órgãos” e que pode obrigar a cuidados intensivos, noticia a RTP, que vai desenvolver o tema no programa “Linha da Frente”. O episódio será exibido esta sexta-feira às 21h.
De acordo com o principal instituto de saúde dos Estados Unidos da América, o Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), a síndrome já foi identificada em 1163 crianças e adolescentes do país e já morreram 20 jovens.
O CDC refere que se trata de “uma condição em que diferentes partes do corpo podem ficar inflamadas, incluindo o coração, os pulmões, os rins, o cérebro, a pele, os olhos ou os órgãos gastrointestinais”.
A instituição afirma não saber ainda com exatidão “o que causa MIS-C”, mas nota que “muitas das crianças com MIS-C tinham o vírus que causa a covid-19 ou tinham estado perto de alguém que tem a doença”.
Os números indicam que 98% dos jovens que desenvolveram esta síndrome nos EUA tiveram teste de diagnóstico positivo à infeção com o novo coronavírus e os restantes 2% tiveram contacto próximo com pessoas doentes com covid-19, por isso, 100% dos casos estão relacionadas com o vírus.
O MIS-C pode até ser mortal, mas a maioria das crianças a quem foi diagnosticada esta condição melhorou com tratamento médico”, refere o instituto público de saúde norte-americano.
A autoridade de saúde norte-americana refere que está ainda a investigar a forma como esta síndrome “afeta as crianças” e admite não saber ainda “porque é que algumas crianças ficaram doentes com MIS-C e outras não”, uma vez que ainda não sabe “se crianças com certas condições de saúde têm mais probabilidade de ter MIS-C”.
A maioria das crianças e jovens nos EUA desenvolveram MIS-C após “2 a 4 semanas” de terem sido infetados com o SARS-CoV-2, avança o Observador.
Kwang Sik Kim, especialista em pediatria e doenças infecciosas do centro de investigação Johns Hopkins School of Medicine, explica que o primeiro caso de MIS-C foi identificado “em abril de 2020” por “médicos de hospitais pediátricos dos EUA e do Reino Unido”.
O médico afirma que a síndrome tem algumas semelhanças com a “síndrome de choque tóxico” e com “a doença de Kawasaki”, pois a inflamação que o MIS-C provoca “pode limitar a circulação do sangue, danificando o coração, os rins e outros órgãos”.
Os sintomas do MIS-C podem passar por ter “febre, dor abdominal, vómitos, diarreia, dor no pescoço, erupção cutânea, vermelhidão nos olhos e uma sensação de cansaço extremo”, realça o Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA.
Os sinais de alerta, que devem levar os pais a procurar de imediato ajuda médica são “dificuldade em respirar, uma dor ou pressão no peito que não desaparece, sinais de confusão novos, dificuldade de acordar ou de permanecer acordado, cor azulada nos lábios ou rosto ou dores abdominais agudas”, remata a instituição.
Coronavírus / Covid-19
-
20 Outubro, 2024 Descobertas mais provas de que a COVID longa é uma lesão cerebral
-
6 Outubro, 2024 A COVID-19 pode proteger-nos… da gripe