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Apesar de a covid-19 “estar a circular intensamente”, muito mais pessoas se vacinaram contra a gripe do que contra o vírus. Especialista alerta: o SARS-CoV-2 “mudou bastante” e todos os dias morrem pessoas de covid-19.
Pelo menos até ao domingo passado, mais pessoas vacinaram-se contra a gripe do que contra a covid-19 nesta nova ronda de vacinação sazonal, segundo novo relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS).
A diferença é acentuada — mais de 98 mil pessoas, 556.503 contra a gripe e 457.911 contra a covid-19 — algo que se deve, diz o epidemiologista Manuel Carmo Gomes ao Público, ao facto de que “as pessoas terem “a experiência de não ter reações adversas com essa vacina [da gripe] impeditivas ou que as desencorajem.”
Para o especialista, a vacina da gripe já é “rotina“, ao passo que a vacina da covid-19 é motivada pelo surgimento de um “vírus novo”, não estando a população habituada a tomá-la sazonalmente.
SARS-CoV-2 “mudou bastante” e covid-19 “está aí”
Neste momento, “o vírus que está a circular foge aos anticorpos que as pessoas ainda possam ter”, explica o especialista ao matutino.
Aos mais preocupados com os eventuais perigos e efeitos secundários das vacinas, lembra: “não há nenhuma razão de segurança para não tomar as duas no mesmo dia”, até porque “nenhuma delas é uma vacina viva”, mas sim feita a partir de partículas do microorganismo.
“A resposta do sistema imunológico não difere muito entre tomar em simultâneo ou tomar, por exemplo, com duas semanas de espaçamento”, afirma Carmo Gomes, referindo-se aos resultados de ensaios clínicos realizados em pessoas que tomaram as duas vacinas em simultâneo.
O especialista deixa o lembrete: “a covid-19 está aí”.
“O vírus SARS-CoV-2 “está a circular intensamente, até mais do que a gripe”. “Todos os dias morrem pessoas de covid-19”, diz, contrapondo que “a gripe não está a matar neste momento”.
“As pessoas sabem que a gripe começa lá para novembro ou dezembro e está associada à pneumonia e à morte. Mas a covid-19 também está”: “não adiem a vacinação”.
