Ex-primeiro ministro britânico está sob-fogo no inquérito sobre a gestão da pandemia. Estaria “obcecado com a aceitação do destino por parte das pessoas mais velhas” e terá chegado a perguntar aos cientistas: um secador no nariz elimina a Covid-19?
Um secador no nariz elimina a Covid-19?
A insólita questão sobre a eficácia do método terá sido colocada enquanto alguém utilizava um secador de cabelo na tentativa de “exterminar” o vírus pelo nariz, revelou agora o ex-chefe de gabinete do ex-primeiro ministro britânico.
Corria o início da pandemia de Covid-19 quando Boris Johnson, então primeiro-ministro do Reino Unido, terá colocado uma questão insólita aos seus conselheiros científicos: seria possível eliminar o coronavírus utilizando o ar quente de um secador dirigido ao nariz?
A curiosa interrogação foi revelada por Dominic Cummings, ex-chefe de gabinete de Johnson, numa audição de uma comissão de inquérito destinada a analisar a resposta das autoridades britânicas à crise sanitária, de acordo com o The Telegraph.
Segundo Cummings, Johnson parecia na altura mais concentrado em assuntos pessoais, como o seu divórcio e a redação de um livro sobre Shakespeare, do que propriamente na emergente crise de saúde pública. Cummings suspeita inclusive que o primeiro-ministro poderia estar por trás de certas informações erróneas que circulavam naquele período crítico.
O então conselheiro recordou um momento em março de 2020, quando o primeiro-ministro partilhou um vídeo com os cientistas que aconselhavam o governo. No vídeo, alguém utilizava um secador de cabelo na tentativa de “exterminar” o vírus pelo nariz, levando Johnson a questionar os especialistas sobre a eficácia dessa metodologia.
“Obcecado com a aceitação do destino” dos idosos
No mesmo inquérito, foram ainda divulgadas mensagens privadas trocadas entre Boris Johnson e o ex-diretor de comunicações do primeiro-ministro, Lee Cain, a 15/10/2020.
Nestas, Johnson afirma que a pandemia da covid-19 era apenas “a maneira da natureza lidar com as pessoas idosas” e que “já não acreditava” que o Sistema Nacional de Saúde do país estivesse sobrecarregado.
“Ele é obcecado com a aceitação do destino por parte das pessoas mais velhas e com deixar os jovens prosseguir com a sua vida e a economia a funcionar”, lê-se a partir de uma extração de notas do doutor em medicina britânico e antigo principal conselheiro científico, Patrick Vallance.
Em notas posteriores de dezembro de 2020, Patrick escreveu que Johnson disse que o seu partido “acha que toda a situação é patética e que a Covid é apenas a maneira da natureza lidar com as pessoas idosas — e não tenho a certeza de que discorde deles”.
Numa outra nota de dezembro lê-se que Johnson concordou com o Chefe da Bancada Conservadora, Mark Spencer, quando este disse “devemos deixar que as pessoas idosas se contaminem e proteger os outros”. Spencer escreveu mais tarde no X que “disse exatamente o oposto” e que naquele momento apenas as pessoas idosas deveriam ser protegidas.
Desde que foi destituído do cargo por Johnson em novembro de 2020, Dominic Cummings tem sido uma voz crítica em relação ao ex-líder, especialmente quanto à sua gestão da pandemia. Johnson, cuja liderança foi marcada por várias controvérsias, especialmente no que toca à resposta inicial ao surto.
A investigação ao “Partygate” e a pressão subsequente resultaram na demissão de Boris Johnson como primeiro-ministro em julho de 2022 e a sua saída do Parlamento em junho do ano seguinte.
Curiosamente, o próprio Johnson havia este inquérito público e independente sobre a resposta do Reino Unido à pandemia em 2021, que agora examina também as ações e decisões tomadas sob a sua liderança.
O porta-voz de Boris Johnson recusou-se, de acordo com a BBC, a comentar as provas apresentadas nas audiências desta semana, mas garante estar a “cooperar plenamente” com a comissão de inquérito. O ex-primeiro-ministro, bem como o seu sucessor Rishi Sunak, deverão prestar depoimento à comissão mais tarde.
O ser humano é a única espécie que não escolhe os mais capazes para orientar a “matilha”
ele sabia do que falava mas confundiu deliberadamente a elite à que servia com a natureza. Curiosa hipocrisia.
Esta Criatura , das duas uma ou já nasceu Idiota ou foi aprendendo . Quando em 2020 esteve na UCI e se safou , graças aos melhores cuidados que lhe foram consentidos , após estas declarações , não sei que opinião que tem hoje o enaltecido “Enfermeiro Luis de Portugal” , como o titulou este anormal sobre este tipo de (seleção natural) para não dize un insulto a Idosos !