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Costa sonha com entrada de Portugal no “clube dos produtores de comboios”

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José Coelho / Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, acompanhado pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos,

O primeiro-ministro, António Costa, assumiu esta quarta-feira o “sonho” de ver Portugal entrar para o “clube dos produtores de comboios”, tal como já integra o “clube dos produtores de automóveis”.

“O sonho que todos temos de ter e que temos de ser capazes de transformar em realidade é, daqui a uns anos, podermos dizer que fazemos não só parte do clube dos produtores de automóveis, mas também fazemos parte do clube dos produtores de comboios. Isso é um sonho que temos de conseguir concretizar”, afirmou.

“Se nas próximas décadas vamos ter de adquirir muitos comboios, porque é que não devemos ter a ambição de os construir em Portugal?”, questionou. “É difícil, mas se não fosse para quê é que estávamos aqui?”, observou, citado pelo semanário Expresso.

O governante falava na reabertura da oficina da Comboios de Portugal (CP) em Guifões, Matosinhos, no distrito do Porto, encerrada em 2012.

Dizendo que os sonhos começam “muitas vezes assim”, com passos que parecem pequenos, Costa realçou que os passos pequenos são o início de uma “grande caminhada”. E para conseguir entrar no “clube dos produtores de comboios”, lembrou que o país tem de ser “persistente e não voltar a cometer erros que no passado foram cometidos”.

“E, no futuro, aprendermos com os erros do passado e não termos dúvidas de que a ferrovia tem de estar mesmo no centro das nossas prioridades em termos de infraestruturas, material circulante e crescimento da economia”, vincou.

Por sua vez, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, que participou também na visita à oficina da CP, disse que Portugal “não se podia dar ao luxo” de desperdiçar os recursos e material circulante que tem “encostado pelo país”.

“Sabemos que as necessidades hoje são muitas e que no futuro serão maiores, por isso, não desistimos de fazer a contratação de comboios novos”, disse.

Dizendo que Portugal já encomendou 22 novos comboios, que deverão chegar em 2023, Pedro Nuno Santos assumiu que o Governo “lutará” para conseguir comprar mais. “Faremos essa luta para conseguirmos contratar a aquisição de mais comboios novos, não só para acompanhar o aumento da procura de hoje, mas aumentar o investimento que ao nível da infraestrutura ferroviária estamos a fazer”, afirmou.

“O comboio não é um meio de transporte do passado, é um meio de transporte do futuro”, disse ainda o governante, citado pelo jornal Observador.

Mais 140 postos de trabalho até 2021

A reabertura da oficina da CP vai criar 140 novos postos de trabalho, 90 dos quais altamente qualificados, até final de 2021, anunciou o presidente da empresa, Nuno Freitas.

Este complexo industrial ferroviário vai ser fundamental para a manutenção de material circulante que está ao serviço, para a recuperação de outro que está parado e para a modernização de composições, disse Nuno Freitas.

O presidente da CP revelou haver já uma “carteira de projetos e intervenções” que esgota a capacidade destas instalações até 2024 com um turno.

A reativação da oficina de Guifões foi anunciada no passado verão como parte do plano do Governo, liderado pelo socialista António Costa, para recuperar comboios que tinham sido abandonados, até que chegue, em 2023, a encomenda de 22 novos.

Até final deste ano, Nuno Freitas garantiu que vão ser recuperadas 13 carruagens Schindler (iguais às que circulam na Suíça), que são ideais para o serviço comercial da Linha do Douro. Além destas, vão ainda ser recuperadas 14 carruagens Inox Soreframe, tirando através desta intervenção partido da eletrificação da Linha do Minho.

“A entrada em funcionamento destas composições de carruagens na Linha do Douro e na Linha do Minho vai permitir libertar material circulante para normalizar o serviço comercial regional da CP [Oeste, Alentejo e Algarve]”, sublinhou.

O presidente da CP adiantou que esta oficina vai também fazer a revisão geral de 34 unidades múltiplas elétricas.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. “…Sonha entrar no clube de produtores de combóios…”
    Que me recorde, acabou-se com uma empresa construtora, exactamente, de comboios: a SOREFAME. Agora querem voltar atrás. Políticos de m#$%&a. E sindicatos igual, pois foram também eles que ajudaram a enterrar a empresa.

  2. Já devem estar a pensar em esquemas e comissões. À boa maneira do outro, vamos fazer muita coisa com o dinheiro público para isto dar luvas em força.

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