Com a ajuda das novelas brasileiras, Costa quer ser o “ponta de lança” do Brasil na UE

O primeiro-ministro português, António Costa, apelou ao investimento de empresas portuguesas no Brasil e deixou a promessa de uma maior colaboração entre os dois países.

António Costa esteve hoje de manhã com Lula da Silva na abertura do Fórum Empresarial Portugal-Brasil, em Matosinhos.

A cerimónia começou com a exibição de um vídeo sobre “o maior projeto de engenharia entre Portugal e o Brasil”, o avião KC-390. É nesta aeronave que Lula se deslocará ainda hoje até Alverca para visitar as instalações das Oficinas Gerais de Material Aeronáutico.

António Costa realçou que a visita de Lula da Silva a Portugal é um momento para “relançar e fortalecer” as relações económicas entre Portugal e o Brasil. Relações estas que, durante o mandato de governação de Jair Bolsonaro, esmoreceram.

“Já nos encontrámos há mais de 500 anos e temos a vantagem de falar a mesma língua, ainda que com sotaque diferente”, disse o primeiro-ministro, citado pelo Observador.

Em tom de brincadeira, Costa disse que “as novelas brasileiras ajudam a perceber” o sotaque canarinho. Ainda num registo descontraído, o líder socialista disse que os portugueses “têm é mesmo pena de não falar com o sotaque” do Brasil.

Passando para temas mais sérios, o primeiro-ministro português sublinhou que Portugal é só o 18.º maior investidor no Brasil e que “francamente, não é a nossa posição”. “Temos de subir na nossa posição e é fundamental aumentar o investimento”, acrescentou.

“Vale a pena trabalhar para aumentar as nossas relações comerciais”, disse ainda Costa a Lula. “Pode sempre contar com Portugal como verdadeiro ponta de lança para trabalharmos para a conclusão do acordo entre UE e MERCOSUR”.

O primeiro-ministro lembrou ainda a Web Summit, que este ano terá também uma edição no Rio de Janeiro. “As empresas portuguesas devem saber ir ao Web Summit no Brasil”, atirou.

Quanto às energias renováveis, António Costa salientou ainda que nos próximos cinco anos, a EDP e a Galp vão investir no Brasil 5,7 mil milhões de euros em projetos energéticos.

Costa pediu ainda às empresas portuguesas que invistam no Brasil. “Agora que o Brasil voltou não vamos nunca mais deixar o Brasil sair”, rematou o líder do Governo português.