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Costa diz que Dijsselbloem está de passagem e apoia ministro de direita para o substituir

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Ballesteros / EPA

O primeiro-ministro português, António Costa, com o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy

O primeiro-ministro português, António Costa, com o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy

O primeiro-ministro português, António Costa, afirma esta terça-feira, numa entrevista ao “El País” divulgada esta terça-feira, que o ministro da Economia espanhol, Luís De Guindos seria o candidato de Portugal à presidência do Eurogrupo, caso este apresentasse a sua candidatura ao lugar.

O jornal espanhol El País divulga a entrevista na primeira página da sua edição desta terça-feira, com o título: “O chefe do Eurogrupo não está a cumprir a sua função”, diz António Costa, que acrescenta seguidamente que “Jeroen Dijsselbloem está de passagem, Guindos poderia fazê-lo muito bem”.

Na semana passada, o primeiro-ministro português já tinha dito que Jeroen Dijsselbloem não tem condições para continuar à frente do Eurogrupo e que Luis de Guindos teria “boas condições” para substituir o ministro holandês.

António Costa começa a entrevista por responder a uma pergunta sobre a saída do Reino Unido da União Europeia em que sublinha que “o importante” é que no fim do processo a Europa tenha “a melhor relação” com aquele país.

“Temos de ser os melhores aliados, os parceiros mais próximos e os amigos mais próximos”, afirma, defendendo em seguida que “também é uma oportunidade para acolher em Portugal empresas do Reino Unido que queiram ficar na UE”.

António Costa declara que, com a saída do Reino Unido, a relação entre os que ficam deve ter como base “a igualdade dos Estados” e aproveitar para “reconstruir as relações”, mostrando a sua preocupação pela “deriva dos países de Leste sobre os valores democráticos, que são a base da sociedade europeia”.

“Preocupa-me que alguns países do Norte tenham os preconceitos de Dijsselbloem“, acrescentando que “a vida em comum depende da capacidade de nos conhecermos melhor”.

Confrontado com o facto de ter sido o governante europeu mais crítico das palavras do presidente do Eurogrupo e questionado sobre se este se devia demitir, António Costa respondeu que “é uma questão de tempo; o senhor está de passagem“.

O primeiro-ministro defendeu que o presidente do Eurogrupo “tem de ser alguém com capacidade de construir pontes e não um fator de divisão“, acrescentando que o atual ministro da Economia de Espanha seria um bom candidato: “Se Luís De Guindos está disponível, seria o nosso candidato”.

O jornalista quis em seguida saber o que tem a diplomacia portuguesa de especial para ter conseguido colocar um português como secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, depois de ter tido um outro português na presidência da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

António Costa explicou que, em primeiro lugar se tratava de “méritos pessoais” e que também tinha ajudado o facto de Portugal ser “um país aberto e que sabe “construir pontes”, fatores valorizados numa altura em que “está na moda construir muros”.

O chefe do Governo esclareceu ainda que uma das chaves para o PS ser um dos escassos partidos socialistas/sociais-democratas no poder na Europa é o facto de no país continuar a haver “duas alternativas claras“: “A nossa e a da direita, e isso é bom para a democracia”, disse.

“Se os cidadãos nos veem discutir grandes tratados e não respondemos aos problemas concretos, criamos frustração e em seguida radicalização”, afirmou Costa, acrescentando que para lutar contra os movimentos populistas é preciso “gerar alternativas entre as famílias políticas do quadro democrático”.

António Costa defendeu a solução governativa encontrada em Portugal, onde o Governo socialista é apoiado por partidos antieuropeístas.

“A novidade em Portugal é que, pela primeira vez, o conjunto de partidos de esquerda compreenderam que podem manter a sua identidade diferenciada, manter posições distintas sobre a Europa, mas também chegar a acordo sobre o que fazer para mudar a política”, afirmou o chefe do Governo.

“É uma experiência interessante e de sucesso”, conclui António Costa que não quis aconselhar a mesma receita para Espanha, porque “cada país é diferente“.

// Lusa

3 Comments

  1. Isto é só fumo e nada de fogo, não tiveram a coragem de enfrentar o homem de cara a cara, o ministro das finanças senhor Centeno até evitou estar em Bruxelas para evitar confronto, quantos aos restantes visados pelos vistos optaram pela mesma forma até os gregos do senhor Stipras imagine-se ficaram calados eles que antes do poleiro cantavam de galo, portanto o senhor Costa vem agora de novo mostrar musculação em Madrid quando está afastado por milhares de quilómetros do holandês.

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