António Costa assume a responsabilidade directa pelo problema do Banif e, depois de reunir com os líderes das bancadas parlamentares, garante “a segurança dos depósitos”, mas alerta que o banco deverá ter custos para os contribuintes.
O primeiro-ministro discutiu, na terça-feira à tarde, com representantes dos Partidos com assento na Assembleia da República a situação do Banif e do encontro saiu uma declaração que alivia os clientes do banco e outra que reforça a ideia de que o problema acabará por ser pago pelos contribuintes.
“Neste momento, o processo do Banif continua em apreciação nas instituições europeias, o processo de venda continua em curso e em qualquer circunstância o Estado garantirá sempre a integridade dos depósitos, independentemente do seu montante”, salienta António Costa em declarações divulgadas pelo Diário de Notícias.
“Espero que a solução que venha a existir proteja o melhor possível o dinheiro dos contribuintes. Mas a garantia que possa dar aos contribuintes não é a mesma que posso dar aos depositantes“, acrescenta o primeiro-ministro, citado pelo mesmo jornal, frisando que o Estado tem “capitais públicos muito avultados” aplicados no Banif.
Tudo vai depender da “solução final” encontrada para o banco, refere António Costa, referindo-se ao processo em curso de venda da participação de 60% do Estado na entidade financeira.
As ofertas para aquisição devem ser apresentadas até sexta-feira, 18 de Dezembro, e o processo de venda deverá ser concluído em cerca de três meses.
O Diário Económico reporta que será um processo “flexível” e que as “propostas poderão deixar de fora, a cargo do Estado, o fundo com activos problemáticos“.
Estes activos imobiliários e de carteiras de crédito problemáticos estão “avaliados em cerca de mil milhões de euros, com imparidades na ordem dos 350 milhões“, salienta o referido jornal económico.
Neste momento, “a grande incógnita é se, de facto, existirão propostas viáveis, em tempo útil”, frisa o mesmo diário.
Aquilo que começa a ser evidente é que o Estado acabará por ser obrigado a assumir uma boa quota dos custos pela crise no banco.
ZAP