Costa defende Chega (comparando com outros partidos europeus)

Mário Cruz / Lusa

O primeiro-ministro, António Costa (D), conversa com o deputado do Chega, André Ventura

Primeiro-ministro cessante despediu-se de Bruxelas e deixou mensagem de tranquilidade sobre o futuro político em Portugal.

“Obrigada, António. E até já, era mesmo o que eu desejava poder dizer”.

Maria Manuel Leitão Marques, presidente da delegação do PS no Parlamento Europeu, despediu-se assim de António Costa.

O primeiro-ministro cessante esteve pela última vez em Bruxelas como primeiro-ministro de Portugal, nesta quarta-feira. Aliás, no dia seguinte, já estará Luís Montenegro no mesmo espaço.

Costa deu garantias a Bruxelas de que o país vai continuar alinhado com o projeto da União Europeia (UE), apesar da transição governativa e do crescimento da extrema-direita.

“As pessoas estão todas curiosas para saber o que é que vai acontecer. A explicação fundamental é: os dois principais partidos, que têm sido a base de suporte de Portugal ao projeto europeu, continuam largamente maioritários”, disse António Costa, no final de uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O primeiro-ministro cessante acrescentou que “o próprio Chega, ao contrário do que acontece com outros partidos de extrema-direita em outros países da Europa, nunca fez uma campanha contra a UE, a explorar qualquer atitude de euroceticismo”.

António Costa recordou que o partido liderado por André Ventura, que viu a bancada parlamentar crescer de 12 para pelo menos 48 deputados em apenas dois anos, apoiou desde o primeiro momento o apoio prestado pelos 27 à Ucrânia, na sequência da invasão russa.

E a população portuguesa “é das mais pró-europeias dentro da Europa”, completou o primeiro-ministro cessante.

“As instituições europeias têm boas razões para estarem totalmente tranquilas desse ponto de vista [euroceticismo propagado pela extrema-direita], quanto à mudança de Governo, não haverá uma mudança da política europeia ou da política externa”, concluiu.

Na despedida, António Costa esteve com as presidentes de Comissão Europeia e Parlamento Europeu, e junto dos socialistas.

Em relação a um eventual regresso a Bruxelas, mas noutras funções, António Costa voltou a desviar o assunto. Não é a prioridade nesta altura.

Congratular Montenegro

Horas mais tarde, já na madrugada de quinta-feira, António Costa felicitou Luís Montenegro pela sua indigitação como primeiro-ministro e garantiu a “melhor colaboração” na transição de pastas para o novo Governo.

Congratulei o Dr. Luís Montenegro pela sua indigitação, com votos do maior sucesso na governação, para bem de Portugal e dos portugueses”, escreveu António Costa na rede social X (antigo Twitter).

O primeiro-ministro cessante adiantou ainda que o “governo naturalmente assegurará a melhor colaboração na transição de pastas e na instalação do XXIV governo constitucional”.

ZAP // Lusa

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