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Costa avisa parceiros europeus. “Não vamos fazer pagar aos portugueses” os atrasos de outros

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Manuel de Almeida / Lusa

O secretário-geral do PS, António Costa.

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), António Costa.

O primeiro-ministro António Costa elogia a aposta do seu Governo nas energias renováveis e lança um aviso aos parceiros europeus no âmbito das novas medidas energéticas que vão ser anunciadas pela Comissão Europeia (CE).

A CE apresenta, na próxima semana, um plano de emergência para garantir gás no próximo Inverno perante o eventual corte de abastecimento por parte da Rússia. O objectivo é garantir que a União Europeia (UE) esteja “preparada para o pior”, segundo informação divulgada à Lusa pelo comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni.

Um eventual corte de gás russo à Europa pode vir a acentuar inflação e a asfixiar o crescimento económico. A CE espera, assim, reagir “com um nível de solidariedade ainda mais forte” entre parceiros, adianta Paolo Gentiloni, anunciando um pacote de medidas energéticas para precaver o próximo Inverno.

Olhando para essas medidas, António Costa aproveita para elogiar o seu Governo no âmbito da política energética, criticando ao mesmo tempo a dependência que outros países europeus têm da Rússia neste âmbito.

“Hoje se temos esta capacidade de produção de energias renováveis é porque na factura as famílias e as empresas pagaram 17 mil milhões de euros para suportar o investimento extraordinário que o país fez”, sustenta o primeiro-ministro conforme declarações divulgadas pelo Jornal Económico.

Durante a inauguração das duas barragens da Iberdrola em Ribeira de Pena, no distrito de Vila Real, Costa salienta que “hoje começamos a ter o retorno desse investimento que fizemos”. “O que foi no passado um sobrecusto é aquilo que permite que a energia eléctrica em Portugal, este ano, esteja a reduzir 3,7% quando todas as outras fontes estão a aumentar brutalmente os seus custos”, nota.

Portugueses não podem pagar a factura de outros

“Foi um investimento que valeu a pena, mas fizemos à nossa custa, não foi um Fundo de Transição Justa que agora foi criado, mas foi com o esforço dos portugueses e das empresas portuguesas”, aponta ainda o primeiro-ministro.

Deste modo, Costa enaltece a importância do esforço de “solidariedade com a Ucrânia”, especificamente com “as famílias que procuram Portugal”, bem como o investimento na “operação no Porto de Sines para acelerar o fornecimento de gás natural aos países que dependem dos portos altamente congestionados no norte da Europa ou nos países bálticos”.

Contudo, “a solidariedade significa também que não vamos fazer pagar aos portugueses, depois de investirem 17 mil milhões de euros em renováveis, custos suplementares para compensar o atraso em que outros se colocaram quando podiam e deviam ter feito investimentos como nós fizemos nas energias renováveis”, avisa o primeiro-ministro português.

“Não há nenhum país que defende o ambiente se não for independente e a independência hoje começa na energia e temos que agilizar a capacidade de aumentar a produção de energia renovável“, realça ainda o governante, anunciando que o seu Executivo vai aprovar um Simplex para acelerar o licenciamento neste sector energético.

Um dos maiores sistemas de armazenamento de energia da Europa

No âmbito da inauguração das barragens do alto Tâmega, Costa também reforça a importância do combate às alterações climáticas, salientando que Portugal não tem “mesmo tempo a perder”. Um dado que justifica pelo facto de o nosso país estar “em particulares condições, infelizmente, de perceber a urgência e a emergência climática”.

“Nós somos dos territórios que mais temos sofrido com a erosão costeira, nós somos dos países que mais têm sofrido com o aumento da seca e nós sabemos que somos um dos países onde o risco de incêndio florestal mais aumenta”, alerta o primeiro-ministro.

Deste modo, o investimento nas energias renováveis é “decisivo”, aponta Costa, notando que as barragens da Iberdrola no alto Tâmega vão permitir “reduzir o equivalente a 1,2 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2)”.

O empreendimento hidroeléctrico será um dos maiores sistemas de armazenamento de energia da Europa e vai permitir guardar “o equivalente à energia consumida por 11 milhões de pessoas durante 24 horas nas suas casas”, como destaca o Económico.

“Portugal depende zero da Rússia”

“Esta gigabateria da Iberdrola permite-nos produzir energia e permite-nos sobretudo importar menos 160 mil toneladas de petróleo para produzir a mesma quantidade de energia”, nota ainda Costa, salientando que o investimento nas energias renováveis “é também fundamental a nível económico”.

“Não temos gás natural, petróleo, nem combustíveis fósseis e por isso importamos toda essa energia. Mas temos recursos hídricos, solares, eólicos, e podemos ser nós a produzir a energia que nós consumimos, e um dia produzir energia para passarmos a ser exportadores“, vinca ainda o primeiro-ministro.

“Quando outros países europeus estão a discutir se têm ou não têm de retomar a produção de electricidade a partir de fontes fósseis, como o carvão, nós olhamos para este projecto e dizemos: só este investimento da Iberdrola vai produzir uma energia equivalente à central de carvão de Sines que foi encerrada o ano passado”, acrescenta Costa.

Assim, “podemos dizer ao conjunto da Europa que Portugal é hoje um país livre da produção de energia com base no carvão”, conclui, reforçando ainda que “Portugal depende zero da Rússia” no âmbito energético.

ZAP // Lusa

18 Comments

  1. A solidariedade do Tosta é coisa linda de se ver.
    Ainda me lembro a perguntar à Ursula quando é que “podia ir ao banco levantar o cheque”.
    Engraçado querer passar a fatura da dívida do país pelo BCE aos “repugrantes”… aí há que ser solidário!
    Triste personagem ao qual os tugas deram maioria… temos o que merecemos.

    • Nem mais! Só que a verdadeira maioria e da qual ninguém fala, é da abstenção! Estes incompetentes e ex-coladores de cartazes acham-se em maioria com 30 e tal por cento dos votos. Deviam ter tantos deputados em função dos votos ou seja, metade deles nem entravam no Parlamento, só que não temos gente com o ‘iegos’ no sítio, para mudar este estado de coisas. Temos gente a palrar na AR que nem sabemos o nome quanto mais de onde vieram e quem representam. No meu caso não há ninguém que me represente porque eu não permito nem permitirei enquanto tivermos corruptos e saqueadores a tentar representar-nos.

  2. Qual é mesmo o pais em que vive este Costa ?
    Não deve ser o mesmo em que vive os potugueses .
    Recursos hidricos ? Essa é para rir , ainda hoje ouvimos o problema da agua no Algarve . Os espanhois reduzem o caudal do Tejo ( ai jesus nossa Senhora ) . Energia eólica e solar não se consegue coordenar com os picos de consumos nas horas de ponta .acabamos com as centrais a carvão , mas compramos energia no estrangeiro proveniente de centrais a carvão.

  3. Ao ler a noticia até parece que estão a falar de outro portugal…
    O preço da eletricidade baixou 3,7% onde? desde o incio do ano que já se fez 2 atualizações em alta ao preço da energia…

    E finalmente assume que são os portugueses que estão a pagar os custos da transição energética, isto é, nós pagamos a transição mas depois as empresas que comercializam a eletricidade cobram a energia ao preço de mercado não importa se proveniente de fontes renovaveis ou não…

    Por ultimo só espero que estas 3 barragens não virem uma espécie de PPP para o estado. Com as altuais alterações climáticas e a cada vez mais seca que se verifica em portugal ainda se corre o risco de proibir a produção de energia para se garantir fornecimento de água potável. Nessa altura quem investiu e quer ver retorno do investimento vai certamente pedir as devidas compensções ao Estado Português e ai a gigabateria vira um giga encargo financeiro para o estado que, como é normal, será pago pelos tugas…

    Por ultimo só nao dependemos da russia porque estamos longe e não devemos ter gasoduto até lá. se estivessemos no centro da europa seriamos como todos os outros e compravamos ao fornecedor mais perto para se poupar custos de logistica.
    Mas deixo 1 sugestão para se poupar alguma eletricidade: nos centros comerciais, bancos, etc… de verão é necessário quase vestir casaco por causa do frio e no inverno andar de manga curta por causa do calor. Porque não moderar as temperaturas?

  4. pode agradecer ao sócrates as recentes inaugurações. o negócio do passolas era outro. passos foi o maior ladrão deste país!

    • Maior ladrão foi o Sócrates e a pandilha dele que pôs Portugal a pedir aos credores para virem salvar-nos. Não tendo sido um grande governante por não ter cortado as gorduras onde devia, pelo menos Passos, ladrão não foi, vc está enganado no nome.

  5. Este animal morde a mão de quem lhe dá de comer! Ainda por cima é malabarista porque está a omitir quanto, dos 17.000 milhões lhe foram dados pela UE.

  6. Mas quem é que votou mesmo nestes artistas?!
    De acordo com os dados das eleições 2 em cada 10 portugueses votou no PS, dando assim uma grande maioria a um desgoverno total.

  7. Boa tarde,

    O facto de sermos todos os tótós da Europa, é verdade, mas somos porque ninguém olha para os interesses do País, só olham para o próprio Ego, e o resto que se lixe, o façiosismo neste pobre País sobrepoêm-se aos interesses do País, interessa só o que cada individualmente pensa e quer, ninguém ou quase ninguém pensa no próximo, o fundamentalismo ideológico tal como um Clube desportivo é vinculativo, por isso este tipo de comentários, só o meu lado é que é bom, o dos outros não presta, isto não leva o País para a frente, tem de ser a união de todos nos interesses legítimos de todo o Povo para que possamos marcar a diferença, que se lixe a Política, sejamos mais objetivos nos interesses de toda a População.
    Sei que isto não diz nada á maioria, se está aqui algo de reprovável bloqueiem o post, é o que têm feito até aqui.

    Tenho dito!…

    A. Sousa.

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