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Coreia do Norte e do Sul anunciam restabelecimento das comunicações

Korea Summit Press / EPA

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, durante a Cimeira de Panmunjom

A Coreia do Norte e a Coreia do Sul restabeleceram, esta segunda-feira, o seu canal direto de comunicações, depois de Pyongyang ter cortado unilateralmente os contactos em agosto, anunciou a agência estatal norte-coreana KCNA.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, “manifestou a sua intenção de restaurar os canais de comunicação cortados entre o Norte e o Sul”, informou a KCNA, acrescentando que a decisão visava estabelecer uma “paz duradoura” na península coreana.

“Os organismos competentes decidiram restabelecer todos os canais de comunicação Norte-Sul a partir das 09h00 [00h00 em Lisboa] do dia 4 de outubro”, referiu a mesma agência estatal.

Também o Ministério da Unificação de Seul já anunciou que os funcionários de ligação das duas Coreias trocaram mensagens através de um canal de comunicação transfronteiriço esta manhã.

As comunicações, que foram suspensas e retomadas repetidamente durante vários meses, serão restauradas alguns dias depois de Pyongyang ter efetuado o lançamento de mísseis, o que motivou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.

A Coreia do Norte tinha cortado unilateralmente todos estes canais oficiais de comunicação militar e política em junho de 2020, após ter denunciado o envio de panfletos de propaganda anti-Pyongyang para o seu território por militantes sediados no Sul.

Um ano mais tarde, a 27 de julho deste ano, as duas Coreias anunciaram um descongelamento nas suas relações com o restabelecimento destas comunicações transfronteiriças.

A decisão, revelada no aniversário do fim das hostilidades da Guerra da Coreia, foi o primeiro anúncio positivo desde uma série de cimeiras em 2018 entre o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Os dois líderes tiveram a sua primeira conversa telefónica nesse dia e os dois lados revelaram uma troca de cartas desde abril entre Kim e Moon, na qual acreditavam que o restabelecimento de uma linha telefónica entre eles seria um primeiro passo no estabelecimento das relações entre os dois países, que tecnicamente ainda estão em guerra.

No entanto, este desanuviamento não durou, uma vez que o regime de Pyongyang, irritado pelos exercícios militares conjuntos dos EUA com o vizinho, deixou de responder às chamadas duas semanas mais tarde.

Desde então, a Coreia do Norte anunciou o disparo de um míssil de cruzeiro de longo alcance, seguido de um míssil hipersónico e, na sexta-feira, de um míssil antiaéreo.

// Lusa

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