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Há corais vermelhos na costa algarvia (e vai haver multas para quem os apanhar)

Os corais vermelhos da costa portuguesa vão passar a estar protegidos por legislação pesqueira e ambiental que está a ser preparada pelo governo e coimas elevadas, anunciou o ministro do Mar.

O ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, avançou que está já em consulta pública um novo decreto-lei sobre o licenciamento de pesca que irá conter um artigo especial com uma referência especial à proibição da pesca do coral vermelho.

“Temos de combater este flagelo de pesca ilegal e clandestina. É uma luta que temos de fazer”, frisou.

Durante uma visita a uma acção de mapeamento de habitats marinhos ao largo de Albufeira por investigadores do Centro de Ciências do Mar (CCMAR), sediado na Universidade do Algarve, o governante adiantou estar em conversações com o ministro do Ambiente e Ação Climática para preparar um “decreto-lei especifico para esta espécie”, para que “fique abrangida pelas restrições e contraordenações do Ambiente, que são mais poderosas que as das pescas”.

A lei-quadro das contraordenações ambientais coloca em cinco milhões de euros os valores máximos a cobrar a uma entidade coletiva, enquanto uma contraordenação por pesca ilegal não ultrapassa os 50 mil euros. Segundo a TSF, quem for apanhado a pescar esta espécie pode ter que pagar uma multa que pode chegar até aos 200 mil euros.

Em 2012, pescadores furtivos no Algarve foram apanhados com 30 quilos de coral vermelho a bordo. O furto foi feito com profissionalismo, uma vez que o barco tinha uma câmara de descompressão, visto que a espécie é capturada a grandes profundidades. Um quilo de coral vermelho pode custar cerca de mil euros.

O coral vermelho (Corallium rubrum) é um animal filtrador com esqueleto calcário externo de crescimento extremamente lento (um milímetro por ano), mas já foram encontradas colónias na costa portuguesa com mais de 100 anos de idade.

São muito vulneráveis a ameaças como a apanha ilegal, que já provocou efeitos devastadores, sobretudo no Mediterrâneo, para a produção de joalharia.

No Atlântico, a presença da espécie só está confirmada em Portugal.

ZAP // Lusa

 

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