Coordenador de Saúde Mental defende duplicação do investimento no SNS

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Coordenador nacional das políticas de Saúde Mental defende ainda que os cuidados primários precisam do dobro do número de psicólogos que atualmente têm.

O coordenador nacional das políticas de saúde mental defende que o investimento nesta área no Serviço Nacional de Saúde, que hoje ronda os 5%, deveria duplicar dentro de alguns anos.

“Nós calculamos, sem ter a certeza, porque que não há nenhuma certeza, que o nosso investimento em relação ao ‘budget’ total do Serviço Nacional de Saúde, está à volta dos 5%. Eu considero que nós temos de chegar, em algum momento do nosso futuro, ao dobro disso”, afirmou em entrevista à Lusa.

Miguel Xavier dá o exemplo de países como o Reino Unido, ou os países nórdicos, onde o investimento em saúde mental no peso total da saúde ronda os 13% e 14%, explicando que este valor não surge por acaso.

“É porque essa é a percentagem do peso global da saúde mental nas doenças todas (…) O Reino Unido já foi o primeiro país do mundo a chegar lá, outros vão lá chegar”, disse Miguel Xavier. Reconhece que é preciso “ser realista e ter os pés na terra” e afirma: “Se nós estivermos nos 4% ou 5%, estamos a falar do triplo”. Contudo, diz que é um aspeto positivo o facto de neste momento a saúde mental ser considerada “uma prioridade de uma forma transversal à sociedade portuguesa”.

“Se pensarmos que temos de passar o nosso orçamento para o dobro dentro de alguns anos, acho que é uma meta e espero que não seja demasiado otimista”, afirmou, sublinhando: “É uma meta que os portugueses merecem. E já agora também os profissionais [de saúde], que lá trabalham, e trabalham muito”, sublinhou.

O coordenador nacional das políticas de Saúde Mental defende ainda que os cuidados primários precisam do dobro do número de psicólogos que atualmente têm para garantir, como noutros países, profissionais a tempo inteiro.

“Nós precisávamos de ter um número, nos cuidados primários, que fosse pelo menos o dobro. E porquê? Para garantir que poderia haver psicólogos a tempo inteiro, tal como existem nos outros países, porque é isso que está baseado em evidência, a fazer este tipo de abordagem, de programas de stepcare [cuidados] de depressão e ansiedade”, afirmou em entrevista à Lusa.

Miguel Xavier lembra que os psicólogos nos cuidados de saúde primários “têm de responder às múltiplas necessidades e têm dificuldade, como é óbvio, em centrar-se num tipo de trabalho”. E defende que “deveria haver uma força de trabalho exclusiva para os programas de abordagem da doença mental comum nos cuidados primários, tal como fez Inglaterra, como fez a Austrália e como estão vários países a começar” a fazer.

// Lusa

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1 Comment

  1. Os psiquiatras deviam era ter formação académica em hipnose. Só assim iriam realmente ajudar os doentes.No momento só empanturram os doentes com muitos medicamentos.

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