Contrabando de tabaco lesou o Estado em 113 milhões. Mercado negro aumenta nas redes sociais

O contrabando de tabaco lesou o Estado em 113 milhões de euros só em 2021, período em que foram consumidos cerca de 640 milhões de cigarros provenientes do mercado negro – que se está a expandir nas redes sociais.

De acordo com um relatório da da consultora e auditora KPMG, de 2021, citado pelo Jornal de Notícias, a percentagem de cigarros à margem da lei aumentou 3,9% – o equivalente a 1,3 mil milhões – no último ano, atingindo 35,5 mil milhões de cigarros ilegais consumidos nos estados-membros da União Europeia (UE).

Embora estime que o consumo total de cigarros na Europa diminuiu no mesmo período, o estudo revelou que, em Portugal, 7% do consumo total de cigarros seja proveniente de comércio ilícito, tendo aumentado ligeiramente, o que contraria a tendência média dos últimos anos.

Segundo o relatório, metade dos estados-membros apresentam uma tendência decrescente ou estável em 2021. A Polónia registou com uma das maiores quedas em termos de volume do comércio ilegal, com uma diminuição de 3,7%.

Contrabando aumenta nas redes sociais

Nos últimos cinco anos, a Guarda Nacional Republicana (GNR) apreendeu cerca de 40 milhões de euros de tabaco ilegal. O contrabando tem aumentado nas redes sociais, em páginas e grupos fechados que promovem a venda de folha de tabaco já triturada e cigarros contrafeitos ou ilegalmente importados, avançou o mesmo jornal.

“Existe um aproveitamento das novas tecnologias para fazer a introdução fraudulenta em território nacional. É um mercado muito fechado, com uma pessoa a criar vários perfis fictícios a anunciar vendas de tabaco”, explicou ao Jornal de Notícias o capitão André Esteves, da Unidade de Ação Fiscal (UAF) da GNR.

“Anunciam produtos diferentes e preços diferentes mas, muitas vezes, trata-se da mesma pessoa. Ou seja, há mais vendas de tabaco ilegal através das redes sociais”, acrescentou o responsável.

E explicou: “o tráfico de tabaco funciona essencialmente em dois circuitos. Aqueles que usam empresas de transporte para trazer o produto para Portugal, após terem contactado indivíduos espanhóis que se dedicam a esta atividade. Normalmente, não compram grandes quantidades. O outro circuito é detido por redes altamente organizadas que se deslocam a Espanha e trazem grandes quantidades que são depois guardadas em armazéns em Portugal”.

ZAP //

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