Ninguém se entende quanto à contabilização de mortos por covid. Hospitais seguem métodos diferentes

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A forma como se avalia que a covid-19 foi a causa direta da morte de um paciente varia de hospital para hospital. A DGS garante que se seguem as regras da OMS.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) garante que todas as mortes contabilizadas nos boletins diários correspondem, de facto, a óbitos provocados diretamente pela covid-19.

No entanto, ao Observador, quem está no terreno garante que nos boletins epidemiológicos poderão estar a ser contabilizados óbitos de pessoas infetadas pelo coronavírus que morreram por outras causas.

Os critérios para avaliar a causa principal e eventuais causas secundárias do óbito variam de hospital para hospital, escreve o jornal online.

Em comunicado, a DGS e o Ministério da Saúde argumentam que “apenas são reportados no relatório de situação diário os óbitos por causa da Covid-19 (devido à Covid-19), seguindo as regras da OMS para a codificação dos certificados de óbito”.

Em relação aos internamentos, tanto em enfermaria como nos cuidados intensivos, os números reportados no boletim diário dizem respeito a quem testa positivo, mesmo que o paciente esteja internado por outras razões.

Dados da DGS, Ministério da Saúde e Administrações Regionais de Saúde mostram quem 55 a 60% dos casos reportados de internamento na semana passada diziam respeito a doentes cuja admissão ocorreu devido à covid-19.

Em declarações ao Observador, um médico intensivista do Centro Hospitalar São João admite que normalmente a morte de alguém internado na ala de covid-19 é atribuída ao coronavírus, mesmo que o motivo da hospitalização seja outro.

Isto é significativo, tendo em consideração que até 50% dos internados nas áreas reservadas aos casos positivos no São João não estão lá por causa da covid-19.

Por sua vez, um internista no Hospital Garcia de Orta diz que se alguém com covid-19 morrer na ala dedicada à doença, essa não será considerada automaticamente a causa da morte. Embora, por vezes, a avaliação seja complicada, tudo depende dos diagnósticos do doente.

O coordenador da equipa dedicada à Covid-19 no Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga assume que os óbitos no boletim epidemiológico são de pessoas que testaram positivo à covid-19, mas “não diz que a morte foi por covid-19”.

Gustavo Tato Borges, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, diz que é difícil analisar os internamentos e mortes de pessoas com covid-19 e outras doenças.

O professor Carlos Antunes, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que integra a equipa que faz a modelação da doença, salienta que nos números de óbitos dos boletins, sempre houve casos de pessoas que morreram por covid-19 ou com covid-19.

ZAP //

5 Comments

  1. Nunca foi escondido que todas as pessoas que testassem positivo e morressem seriam dados como mortos devido a covid mesmo que não fosse a causa da morte, a senhora Graça Freitas disse o logo no inicio da pandemia, é fácil encontrar o video no youtube.

    • Mas os alarmistas gostam de atirar para a cara números baseados neste facto ridículo.
      dos milhões anunciados pela OMS, que % representam pessoas jovens e saudáveis que morreram exclusivamente do virus Covid?
      Esse numero iria envergonhar muita gente.
      E sim senhores alarmistas, a morte é algo natural , não somos deuses
      A gestão desta pandemia foi a maior truque de ilusionismo de toda a historia humana..

  2. Portanto, uma mentira em que quase todos alinharam, uns porque sim, outros porque a isso foram obrigados…

    Mas, virá mais tempo, a missa ainda só vai no adro…

  3. Agora já começam todos a sacudir o capote, a corda começa a apertar no pescoço.
    A conclusão é clara, a culpa vai morrer solteira

  4. Não há tempo sequer para cuidar dos doentes enquanto vivos, quanto mais para contabilizar as causas da morte, prova de que a saúde está mesmo pela hora da morte!

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