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Conselho de Ministros com apenas 2 pontos: “Parecia um telegrama. E pode ser grave”

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Como a guerra na Ucrânia domina as notícias em Portugal, há outras novidades que têm passado ao lado de muitos portugueses.

É uma maioria absoluta indesejada: desde o dia 24 de Fevereiro a guerra na Ucrânia tem dominado as notícias em Portugal e tem alterado a agenda mediática, modificando também o dia-a-dia dos jornalistas (o ZAP confirma isso).

No entanto, por cá, e apesar de ainda não ter havido tomada de posse do novo Governo do Partido Socialista, o Conselho de Ministros continua a funcionar.

Ao longo das últimas semanas têm sido debatidos – como se esperava – assuntos relacionados com a COVID-19.

Mas também foi aprovado o novo contrato de concessão dos serviços postais, que será feito por ajuste directo com os CTT; foi aprovado o processo de venda da EFACEC à DST e houve também uma auditoria do Tribunal de Contas sobre as falhas nos fundos de apoios às vítimas dos incêndios em 2017.

Nesta semana já houve duas reuniões do Conselho de Ministros. A primeira decorreu na terça-feira passada: uma reunião extraordinária para aprovar um regime simplificado para facilitar chegada de refugiados ucranianos, que fogem da invasão russa.

A segunda reunião, a mais recente, foi realizada nesta quinta-feira. E o comunicado oficial só apresenta dois pontos.

O primeiro é sobre a pandemia: o prolongamento da declaração da situação de alerta em Portugal, até ao dia 22 de Março.

O segundo anuncia: «Foi aprovado o Acordo de Parceria Portugal 2030».

“É isto. Para quem ainda é do tempo dos telegramas, isto poderia ter sido enviado por telegrama. Aquela é a única frase que existe, no Conselho de Ministros, sobre o acordo de Portugal 2030″, lamentou Alexandra Machado, na rádio Observador.

A editora de economia do jornal Observador lembrou que o ministro do Planeamento, Nelson de Sousa, já falou sobre algumas propostas, “mas não sabemos se houve alterações face à consulta pública. Basicamente não sabemos nada“, acrescentou.

Alexandra entende que a guerra é o assunto mais importante, nestes últimos dias. “Mas no entretanto vão-se aprovando coisas no nosso país. Coisas que acabam por não ter muito escrutínio, também por causa da paralisação do parlamento, possivelmente; e também por causa da mobilização dos jornalistas“.

“Tem havido uma série de temas que vão sendo aprovados que, também por culpa nossa (jornalistas), não vão sendo escrutinados. E isto, daqui a uns tempos, pode ser grave“, alertou.

Paulo Ferreira, jornalista e comentador na mesma rádio, acrescentou que os partidos também não falam sobre estes assuntos: “E ninguém lhes pergunta sobre isso, são assuntos que não estão na agenda mediática”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

5 Comments

  1. “ E isto, daqui a uns tempos, pode ser grave.”

    …pois! Mas o povo anda entretido com a guerra e o big brother… que se queixem mais tarde, quando já for tarde!

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