/

Venda da Efacec à DST vai mesmo avançar

Banco de Fomento e construtora bracarense chegaram a acordo nos últimos dias. Governo aprova reprivatização esta quinta-feira, em conselho de ministros.

O Governo vai avançar com a venda da Efacec à construtora bracarense DST, de acordo com o Jornal de Negócios.

A decisão vai ser discutida esta quinta-feira em conselho de ministros, devendo ser aprovada nesse mesmo dia.

A reprivatização implicará uma nova capitalização pública, a entrada de 80 milhões de euros em capital pela DST e um financiamento do Banco de Fomento no montante de cem milhões de euros.

Nos últimos dias, o Banco de Fomento e a construtora chegaram a um acordo sobre o financiamento, sob a forma de obrigações convertíveis em ações.

Depois de alguns avanços e recuos, o juro da operação foi acordado nos 1,25% e a operação terá um prazo de 25 anos.

O Estado também vai avançar com uma pré-capitalização da empresa, de forma a ajustar a diferença entre o valor da dívida líquida constante na proposta apresentada pela DST e o valor atual, face à degradação financeira da empresa.

O montante dependerá do momento em que o processo de reprivatização dos 71% de capital da empresa esteja concluído o que, na perspetiva do Governo, deverá acontecer entre o final de março e o final de junho.

A DST sempre vincou que a empresa não era financeiramente viável se a dívida líquida fosse superior a 90 milhões de euros.

Nos últimos meses, a situação agravou-se consideravelmente, estando esse valor próximo dos 200 milhões de euros.

A pré-capitalização pública que será feita vai cobrir o diferencial entre os 90 milhões inscritos pela construtora bracarense na proposta e o valor ao fecho da venda.

O Executivo tem já estimativas sobre essa evolução ao final de março e ao final de junho e serão esses valores que apresentará a discussão no conselho de ministros desta quinta-feira.

Após a injeção pública, a DST ficará obrigada a entrar com 80 milhões de euros para capitalizar a Efacec.

Os acionistas minoritários da empresa, o Grupo José de Mello e a Têxtil Manuel Gonçalves (TMG) que detêm quase 30%, serão também chamados ao aumento de capital, de forma a não verem diluída a sua posição.

A empresa que já pertenceu a Isabel dos Santos foi nacionalizada em julho de 2020, após ter rebentado o caso “Luanda Leaks“.

Na altura, foi o próprio ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, a defender a atuação do Estado e a garantir que a empresa voltaria à esfera privada no prazo de um ano. O que não aconteceu.

Nos últimos meses, a situação financeira da Efacec degradou-se, tendo fechado o ano de 2021 com um EBITDA negativo de 23,6 milhões de euros, bem abaixo dos 22,9 milhões positivos que estavam inicialmente projetados.

A faturação também ficou 84 milhões abaixo das expectativas, fechando o ano com um total de 238 milhões.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.